Carreta da Alegria Exklusiva.

     A moda começou em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, faz alguns anos, com um troço chamado Carreta Furacão. Homens fantasiados de personagens de TV e quadrinhos correm atrás de uma grande jamanta carregada com caixas de som, dançando, fazendo malabarismos e animando as ruas. A alegria maior é sempre da criançada. A Furacão ficou famosa na internet e vai daí que a moda pegou geral e hoje existem várias carretas por São Paulo. As roupas são tosquinhas e baratas e o som que embala tudo é, quase sempre, um funk carioca, cujo ritmo permite os movimentos energéticos. Eu não tenho certeza, mas posso apostar que isso tem sua raiz mais profunda nos circos de periferia, e é isso que me encanta. A Exklusiva percorre a região de Campinas. 



A volta do JB.

     Que delícia. Este vídeo fala do retorno do tradicional jornalão carioca que ficou fora das bancas por muitos anos. Não será o mesmo. Ainda não pus-lhe as mãos e os olhos para verificar a linha adotada. O jornal antigo era liberal. Linha conservadora. Mas tinha articulistas e cronistas de todos os matizes e ideologias. O atual, parece, está comprometido com lados políticos não muito bem definidos. Só o tempo dirá a que veio, efetivamente, o JB de Omar Catito Peres. Mas é o JB. O velho JB. Ou algo saído de suas costelas. E pronto.

     O fundo musical do vídeo é Samba da Volta, de Vinícius de Moraes e Toquinho. E no finzinho tem a participação de Luiza Brunet fazendo chamegos no poeta Drummond no Posto 6 de Copacabana. Uuuuui...!!




Mapsongs, o mapa das canções de acordo com o local.

     Este site vai te levar às cidades e às canções a elas dedicadas. Achei interessante porque gosto de canções que homenageiam cidades carismáticas e inspiradoras. Nem todas o são e não depende de tamanho. Mas está faltando muita coisa aí. Talvez o projeto ainda esteja no começo. Vale uma espiada. 



La Ferrari. Prezentazione del SF71H e a história do Cavalino Rampante.

     No último dia 22, a Ferrari apresentou o novo carrinho para 2018, o SF71h.

 

        La origene del Cavalino Rampante. 

     Vocês sabem como surgiu o Cavalino Rampante, o símbolo da Ferrari? O herói italiano da Primeira Guerra Mundial, Francesco Baracca, era de família nobre criadora de cavalos. Baracca tinha na fuselagem de seu avião um cavalinho preto estampado. Baracca morreu em ação, em 1918. Quando em 1923 o mecânico simples Enzo Ferrari ganhou uma corrida na cidade natal de Baracca, Lugo, a mãe de Baracca, a contessa Paolina Baracca, deu a Enzo uma gravura com o cavalino. Enzo gostou e o adotou. Nascia ali o Cavalino Rampante da Ferrari.

Laerte e a Intervenção.

     O Observatório da Intervenção do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Ucam, criado para acompanhar as atitudes militares no Rio, terá esta charge de Laerte. 

     O excepcional cartunista paulista aporta no Rio. Laerte, de tempos para cá, assumiu polêmica postura "feminina" e anda com vestidos e maquiagem. Diante do politicamente correto que domina tudo hoje em dia, fica na contramão quem tenta dizer algo crítico. Estou tentando voltar a desenhar e Laerte sempre foi uma referência, admiro-o como profissional gráfico e humorista. Mas acho esquisita aquela pinta de tia velha, sinceramente. Pronto, falei. Se o cara é gay, não precisa daquele visual de sogra de subúrbio.



E uma imagem atual de Laerte Coutinho, que gosta de ser chamado de "Sonia".


Musica Vital. Buena Fe. Omara Portuondo, Yomil y el Dany.

     Este bonito clipe com a participação da diva Omara Portuondo causou certo reboliço nos meios de comunicação cubanos fora do sistema oficial. Alguns blogs anunciaram censura. Estranho que ninguém esclarecia a razão de forma concisa. Seria, em tese, devido a presença da dupla Yomil e Dany, que afirma-se proscrita pelo sistema, e sem razão aparente. O regime cubano é controlador, de modo que não duvido. Segundo dizem, o clipe foi banido da televisão estatal. Porém, na contramão destas afirmações, hoje li que o clipe foi exibido pelo canal Educativo 2. Não se sabe se as autoridades cubanas voltaram atrás ou se a dupla estava vendo censura onde nunca existiu. É isso. Enrolado, né? Mas foi exatamente isso que eu li por aí. E aí está o clipe. Senhora Omara Portuondo, como sempre, esbanjando classe musical.

 

João Bosco/Aldir Blanc nos Jogos de Inverno.

       O par vencedor da patinação artística nos Jogos de Inverno 2018, na Coreia do Sul, foi o canadense, mas bacana mesmo é que o par russo, Ekaterina Bobrova e Dmitri Soloviev, utilizou a canção brasileira Latin Lover, de Aldir Blanc e João Bosco. Depois há uma emenda com outra canção e fica esquisto, mas o começo é o lindo bolero com ares tijucanos da parceria João Bosco/Aldir Blanc.

     "Nos dissemos que o começo é sempre sempre inesquecível, e no entanto, meu amor, que coisa incrível, esqueci nosso começo inesquecível... mas eu lembro, de uma noite sua mãe tinha saído, me falaste de um sinal adquirido numa queda de patins em Paquetá". 

 

Uma entrevista com Beatriz Rabello.

     Ela é Beatriz Faria, mas utiliza artisticamente o sobrenome Rabello. É filha de, como diria o campineiro João da Nica, ninguém nada ninguém menos do que Paulinho da Viola. Como se não bastasse, é sobrinha de Rafael Rabello (1962-1995), o genial violonista de vida infelizmente meteórica. A partir daí, a responsabilidade da moça é grande. Mas ela sabe disso. É madura. Já tem dez anos de estrada artística. E tem talento evidente. Nesta entrevista, ela conta um pouco de si mesma e dá algumas lindas canjinhas musicais.




Foto. Onde está Wally de Assis?

     Esta foto foi tirada no Campo de São Cristóvão, Rio de Janeiro, em 17 de maio de 1888, durante a missa que homenageou a abolição da escravatura. No centro-direito da foto, vemos a Princesa Isabel. Mais à direita um pouquinho, está o escritor Machado de Assis, bem atrás de um marechal da época. A presença de Machado nesta foto, aparecendo de papagaio de pirata atrás do marechal, só foi descoberta recentemente. Machadão veio de Cosme Velho, com sua classe invulgar, para prestigiar o evento. O instantâneo é parte do acervo da Brasiliana Fotográfica.



Reneè Fleming. You'll Never Know, trilha sonora de A Forma da Água. (ATUALIZADO)

     O compositor Alexandre Desplat é um dos bons valores das composições para cinema da atualidade. Já ganhou um Oscar com o tema para Grande Hotel Budapest, em 2015. O trabalho dele para o filme A Forma da Água é um dos concorrentes em 2018. Mas You'll Never Know, que faz parte da trilha, é uma canção dos anos 40 e que já ganhou o Oscar com o filme Aquilo Sim Era Vida (Hello, Frisco, Hello).  É bonita, romantismo grau 11,8 em uma escala de 0 a 10. Muita gente gravou. No Brasil, Antonio Marcos lançou a versão Eu Vou Ter Sempre Você. Coube a Desplat, portanto, apenas o arranjo atualizado. A interpretação é da soprano americana Reneè Fleming, "the beautiful voice".




ATUALIZAÇÃO: a versão de Antonio Marcos:

Eu Vou Ter Sempre Você.

Propaganda internacional. Oiko Credit. Índia.

     Ehehehe, achei até meio engraçado esse troço. A moça quer montar a sua própria confecção para parar de trabalhar de empregada. E ela canta a musiquinha, com aquele jeito de miado de gato dos indianos.

     Ok, agora um raciocínio sério. O filme não diz, mas quem tem visão de mundo sabe que na Índia existem muitos trabalhadores na condição análoga à de escravo.. 




Lançamento. Coragem! As Muitas Vidas de dom Paulo Evaristo Arns.

     Vale a pena divulgar isso. Não sei onde está sendo projetado. Vou procurar. Mas foi lançado dia 14 de fevereiro. É daqueles produtos culturais difíceis de distribuir comercialmente, embora de importância fundamental. Trata-se do documentário de Ricardo Carvalho sobre o já falecido arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns.

     A Igreja Católica teve muitas atitudes pusilânimes ao longo de sua já longuíssima trajetória. Podemos destacar a famigerada Inquisição, o silêncio diante do Nazismo e, por último, os grandes escândalos de abusos sexuais. Este último tópico pode ser abordado como um certo exagero americano. Abusos existem em todos os setores da sociedade humana.

     Mas vamos, enfim, ao grande dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016). Ele ocupou o cargo de arcebispo da cidade de São Paulo durante os anos de chumbo da ditadura militar. Jamais se curvou diante do regime de exceção que comandou o Brasil por trinta anos. Jamais silenciou ou se omitiu. Agiu corajosamente na defesa de condenados e fugitivos. Acima das ideologias políticas, dom Paulo vestiu a difícil coerência cristã para defender, acima de tudo, a vida e a dignidade humana. Entrou para a história como uma unanimidade heroica. Pode ser comparado com o salvadorenho dom Oscar Romero. Dom Paulo não foi mártir, como Romero, mas tinha a mesma visão da obrigação cristã da defesa da vida e da liberdade de pensamento, de religião e de expressão.




     E vejam que curioso. Dom Paulo teve, pelo menos em tese, biografia mais pura do que a do hoje Papa, dom Jorge Mario Bergoglio, carismático, simpático, de sorriso doce, mas cuja atividade em Buenos Aires é contestada por alguns. Releve-se que a ditadura argentina foi muito mais sanguinária do que a brasileira. Mas há histórias sobre o Papa Francisco, como a que envolveu dois jesuítas sob seu poder, que desapareceram para voltarem salvos depois. Há quem afirme, embora ninguém confirme, que foi a Igreja quem denunciou seus membros. Aqueles que defendem dom Bergoglio dizem que não, pelo contrário, foi ele quem lutou, também com muita coragem, pela libertação de seus comandados junto aos perigosos e ignorantes  brucutus das Forças Armadas argentinas 

     E mais. Questionemos, afinal, por qual razão dom Paulo não chegou ao papado e dom Helder Câmara, arcebispo de Olinda, nunca ganhou o Nobel da Paz. Talvez tenham sido politica e humanamente vanguardistas demais, coerentemente cristãos demais para o tempo em que viveram. O cristão coerente pode ser encarado por mentes mais bárbaras como um "comunista", embora esteja longe de ser.
  

A História de Edith e Eddie.

     Ti bunitinho, gente. Indicado ao Oscar de curtas de 2018, Edith + Eddie conta a história do casal interracial mais velho dos Estados Unidos. Noventa e cinco e noventa e seis anos. Conheceram-se faz dez anos, fazendo a fezinha na loteria. Ele era viúvo e... bem, assistam aí.

 

    O amor novo é sempre revelador e instigante, não importa a idade dos amantes. O amor antigo é que é o carma, o difícil de manter. Atualmente, com as alterações culturais vigentes, poucos conseguem. Qualquer bafo de onça, qualquer peido embaixo da coberta ou xixi fora da tampa é motivo para separação. É a vida. Mas parabéns ao casalzinho do filme. Que durem muito, e sempre juntos.

     Edith e Eddie se conhecem faz dez anos. É o limite de tempo, em média, para casais mais jovens começarem a fazer água. Mas o Eddie e a Edith não possuem mais nenhuma expectativa na vida a não ser aturarem a si mesmos. E aturar é o grande segredo do amor verdadeiro. Nunca se esqueçam. O amor começa com fogo, mas vai se apagando. 

Curta documentário. Chau, Beyond the Lines (Chau, além dos limites),

     É assustador constatar que, mesmo passados mais de quarenta anos do fim da guerra, o Vietnã ainda apresente sintomas dos ataques com o famigerado "agente laranja", lançado por tropas americanas. Este filme mostra uma instituição que cuida de crianças e adolescentes que eles dizem ser resultado dos efeitos do herbicida devastadoramente lançado sobre a selva. Indicado para o Oscar 2016 no quesito curta documental, o filme foi premiado em vários festivais nos Estados Unidos e mostra de maneira central o garotão Chau, que quer ser artista gráfico e estilista. 




Cem anos de Jacob do Bandolim.

     É obrigatório postar isso devido a importância que possui na história da MPB. Jacob do Bandolim, Conjunto Época de Ouro, Zimbo Trio e Elizeth Cardoso. Os dois volumes da gravação feita ao vivo no teatro João Caetano, Rio de Janeiro, em 19 de fevereiro de 1968, são considerados os melhores registros de Música Popular Brasileira de todos os tempos. Seja pela técnica dos envolvidos, seja pela escolha de repertório. Um show histórico. Dizem que chovia muito do lado de fora do teatro. Já vi listinhas de melhores pra lá e pra cá que ignoram isso. É desconhecimento. As novas gerações desconhecem esta obra-prima. Clique na foto de Jacob e da "Divina Elizeth" e ouça.

     Este material está fora de catálogo. Encontrar é difícil. Eu tenho em esmeradíssimo estado de conservação. Não empresto nem pra Jesus Cristo se ele me pedir na missa da Paróquia do Belenzinho.



Jacob do Bandolim, Zimbo Trio e Elizeth Cardoso. Volume II.

    Sempre vale destacar e recordar a intimidade profissional entre Jacob e Elizeth. Foi ele quem descobriu a cantora, ainda meninota, e pediu licença ao pai dela para levá-la a uma rádio para testes.

Os cem anos de Jacob do Bandolim.

     Nascido no Rio de Janeiro em 14 de fevereiro de 1918, comemoramos hoje o centenário de um dos maiores instrumentistas brasileiros, Jacob do Bandolim. 

     Vamos resumir. Há quem diga que eu sou um  mestre em resenhas. Pois vamos lá. Jacob era filho da cafetina judia polaca Rachel Pick com o farmacêutico Francisco Gomes Bittencourt. Foi criado na Lapa, na "casa de saliências" da mãe dele, e teve formação praticamente autodidata. Mais tarde, casado, mudou-se para Jacarepaguá, onde promovia em sua casa saraus que ficaram conhecidos nos anos 60 por reunirem o melhor do melhor da MPB. Apesar de ter vivido o século XX e de ter participado de vários programas de auditório na TV, não deixou quase nenhum vídeo, apenas fotos e áudios. Seus admiradores ainda procuram desesperadamente, inconformados, algum vídeo que mostre o ídolo em movimento e atuando. Jacob faleceu de infarto fulminante em 1969, lá na casa dele, em Jacarepaguá. Tinha como característica que marcava sua genialidade a forma da palhetada, a maneira de tirar o som do instrumento. Além disso, seus inscríveis instrumentos eram feitos por encomenda. Eram instrumentos fantásticos, até hoje inigualados e feitos por mãos mágicas. Estão sob responsabilidade do MIS carioca. Havia dois, simplesmente chamados de nº 1 e nº 2. Por fim, cumpre lembrar que Jacob era, além de músico, servidor público da justiça como escrevente de um cartório criminal do fórum do Rio, e também estudioso e catalogador do choro. 

     São muitas as gravações e é difícil escolher alguma coisa para postar. Mas vai aí, na íntegra e com boa qualidade de áudio, o mais conhecido LP dele, Vibrações, de 1967. Clique na foto que traz Jacob em pleno estúdio RCA Victor, em 1967, gravando Vibrações.



Virais quase engraçados. 14.02.2018.

O amor é lindo.

   

Publicidade internacional. Centrepoint. The Boy Nobody Could See.

     Filme legal da Centrepoint, instituição de caridade inglesa. Pelo menos é essa a informação que eu obtive, seja lá o que isso for. Bem, o filme é bacana e mostra o garotão apaixonado e de personalidade invisível. Há muitas pessoas assim. Escondem-se do mundo de forma natural. O escritor Paulo Coelho vê aspectos positivos nisso, mas trata daquele invisível que só fica invisível quando quer. Enfim, vejam aí. 



Bossa nova, 60 anos. Claudine Longet e Nothing to Lose.

     A bossa nova, que, dizem, começou no Beco das Garrafas, em Copacabana, em 1958, completa 60 anos em 2018. Segundo o José Ramos Tinhorão, a bossa nova tem uma batida de jazz e não tem nada de genuinamente brasileira. O Tinhorão, ou Tinhosão, segundo desafetos, comprou grandes brigas com isso. 

     Mas, enfim, e falando nisso, vejam que curioso. E bunitinho. Em A Festa (Blake Edwards, 1968), Claudine Longet canta Nothing to Lose. A bossa é o ritmo brasileiro que mais se espalhou pelo mundo. Gostem dela ou não, é cantada no Japão, na Finlândia, em Liliput e até na perdida Ilha da Caveira, do King Kong. Esta canção não é de Jobim, nem de João Gilberto, mas do maestro americano Henry Mancini. A letra é de Don Black. 

      A Festa (The Party) é um grande momento do ator e comediante britânico Peter Sellers, que também dava vida ao inspetor Jacques Clouseau, da série Pink Panther. Claudine Longet canta Nothing to Lose enquanto o idiota Hrundy V. Bakshi (Sellers) que ir ao banheiro.




     By the way, aliás, e falando nisso, o filme The Party, que no Brasil tem o título trapalhão de Um convidado Bem Trapalhão, será apresentado hoje à noite no canal a cabo Telecine Cult. Quem paga a TV a cabo, boa diversão. É uma comédia clássica que vale conhecer. O ator indiano Hrundy V. Bakshi (Sellers), idiota de pai e mãe que quer fazer carreira, é convidado por acidente para uma festa de arromba na casa de um produtor de Hollywood. Há cenas hilárias, como a do jantar servido pelo garçom bêbado.
  
     Eu sempre gosto de lembrar que Sellers era neurótico, chato e pretensioso. Desprezava as comédias populares de Edwards que estrelava. Mas foi com elas que ficou famoso e rico.
  

Vencedora do Festival de Sanremo 2018. Non Mi Avete Fatto Niente.

     Na era das imigrações infames, da crescente retomada do fascismo e do avassalador perigo do terrorismo, Sanremo privilegia a canção que fala das relações humanas em um mundo cada vez mais revolto. A canção é interpretada pelo ítalo-albanês Ermal Meta e por Fabrizio Moro.




     Coincidentemente, na noite de ontem o cantor e apresentador Claudio Bagnoli armou uma polêmica ao imitar Mussolini no palco do lindo Teatro Aristom. Foi apenas um momento infeliz, um escorregão. Bagnoli não tem pretensões fascistas. Mas a coisa rendeu. Muita gente desceu o pau.

Nicolly Queiróz. Tristeza.

     Tristeza, por favor, vá embora, é carnaval, hehe. Qui lindo, viu, gente. Gracinha. Maravilha mesmo. A pequena Nicolly Queiróz e o samba Tristeza, de Niltinho Tristeza e Haroldo Lobo. Chorei de alegria ao ver isso. A menininha é incrível. E nasceu dentro do Vai-Vai. Isso vai ficar no topo das postagens até o fim do carnaval. 

     E este samba tem uma historinha bacana. Foi composto no ínicio da década de 60, inicialmente por Niltinho, depois de uma briga com a namorada. Haroldo Lobo, compositor experiente, ouviu e gostou mas deu o palpite: está muito longo, corta isso, isso e aquilo. Haroldo deu uma "enxugada" na coisa e ficou essa obra-prima, gravada com extremo sucesso por Jair Rodrigues, em 1965. Segundo Niltinho, Haroldo não chegou a ouvir o samba gravado. Faleceu alguns meses antes. 




     Jesus Cristo, olha o chapeuzinho do "Curíntia" do pai da Nicolly, pendurado ali na parede.

Anton Vasyliev, o bom samaritano do gelo.

     Achei legal isso. O Anton mora em Irkutsk, Sibéria, a cidade mais fria do mundo, onde os termômetros podem passar de -50ºC. Mas o frio aterrorizante não inibe o Anton de sair pelas ruas. Ele recolhe lixo, limpa a igreja e ajuda pessoas necessitadas. Este vídeo curtinho tem, inclusive, o depoimento de uma viúva com dois filhos pequenos.


90 anos de José Ramos Tinhorão. Vídeos do Instituto Moreira Salles.

     José Ramos Tinhorão faz noventa anos com aparente boa saúde, vitalidade e com as opiniões muito vívidas e muito agudas, como sempre foram. Tinhorão é o mais chato crítico musical brasileiro. Aos olhos de muitos, ele é tão chato que é chamado de "Tinhosão". Chato, mas com argumentos. É admirado por alguns e execrado por outros. Uma de suas principais bandeiras foram as críticas que ele fez à bossa nova, desde que ela foi lançada. Defensor de purismos polêmicos, ele disse, e ainda diz, que a bossa nova não é um gênero brasileiro. Para homenageá-lo, o Instituto Moreira Salles lança no canal do Youtube a série de 39 vídeos onde Tinhorão se expõe. Material obrigatório para quem gosta de música e para quem quer, finalmente, analisar as posturas dele. Concordando ou não com ele, é preciso admitir os conhecimentos dele. Ouvi-lo sem preconceitos é um prazer. 




Canal no Youtube do Instituto Moreira Sales.

Aracy, a rainha dos parangolés.

     Aracy de Almeida (1914-1988) foi a grande intérprete do poeta de Vila Isabel, Noel Rosa (1910-1937). Em CD recente, Aracy, a Rainha dos Parangolés, a voz de Marcos Sacramento e o violão de Luis Flávio Alcofra fazem o tributo pra lá de bacana. 

 

     Em entrevista à beira da glamourosa piscina do Copacabana Palace, local fora dos padrões de Aracy, que tinha muitos rótulos, como A Dama da Central e Rainha do Encantando, e era "tosquinha", para usar termo moderno, o polêmico e carismático colunista social Ibrahim Sued pergunta: 
     - Ô, Aracy, diz aí para as cocadas e cocadinhas, você teve um caso com o Noel? 
    - Qui é isso, Ibrahim. Naqueles tempos em que eu convivi com ele eu tinha apenas quinze anos. E Noel gostava de mulatas com o dobro do tamanho dele.

Ibrahim Sued e Aracy de Almeida no Copacabana Palace em 1976.

Concurso (enquete) de marchinhas de carnaval da rádio CBN

     A enquete está na fase final. Se tiver interesse, clique na foto e vote. Com a marchinha "Tio Lu", onde ironizam, ehehehe, o ex-presidente Lula, os Marcheiros tentam, pela terceira vez, levar este concurso. E este ano concorrem com gente de peso, como Noca da Portela e João Roberto Kelly, ninguém nada ninguém menos do que o autor de clássicos como Cabeleira do Zezé e Mulata Bossa Nova. Não tá fácil, mas os garotos de Campinas têm grandes chances de outra consagração porque configuram a nova geração e se notabilizam pela internet.


 

Jorseily Villarroel, a venezuelana musa do picolé.

     Devido a matéria mais abaixo, eu lembrei dela. Faz quatro meses que ela viralizou na internet, em Manaus, Amazonas, onde vive. A garota venezuelana Jorceily Villarroel tem 22 anos e vende picolés em um terminal de ônibus urbanos. A beleza e a graça dela chamaram a atenção do povinho feio daqui do Brasil. Nem sei se ainda permanece nesta situação. Deve ter recebido propostas de emprego. O que nem sempre pode ser bom. Depende da proposta. Ser comerciante de rua, com um pouco de cara de pau, é melhor do que ficar como empregado em um escritório qualquer. Enfim, na Venezuela, mulherzinha bonitinha é como capim, tem pra todo lado. Na Colômbia também. 

 

     Essa danadinha tem cara de artista de novela. Com essa carinha vende picolé até debaixo d'água. E aparenta ter grande maturidade pra idade dela, o que aumenta o encanto. Gente tonta não seduz. 

Fotojornalismo. O êxodo dos venezuelanos para o Brasil.

     Situação difícil e dolorosa. Famílias com crianças atravessam a fronteira para tentar vida melhor no... Brasil. Em Boa Vista. Vige Santa Mainha de Deus! Alguns percorrem a distância a pé para acabar em abrigos mantidos por ONGs e pelo governo de Rorâima. Gente perdida e com o destino sem horizonte. Pobre povo venezuelano, vítima do confronto entre o governo idílico e fanfarrão e a oposição elitista, egoísta e canalha. Que o Brasil os receba de coração aberto é fato que me emociona, mesmo sabendo que nem mesmo nós andamos muito bem das pernas. Aliás, nada bem. Somos muito maiores. Apenas isso. Mas quanto maior o gigante, maior o coração. Eles vivem mal por aqui, em estruturas precárias, mas dizem que estão melhores do que lá. Que coisa! As fotos são de Inaê Brandão para O Globo. 



     O Globo é um veículo de direita no Brasil, de modo que devemos olhar suas abordagens sobre Venezuela e Cuba com cuidado. Para este caso, porém, as fotos falam por si. Dizer o quê? Que é mentira?

Publicidade internacional. Propagandas do Super Bowl.

     Assistir ao Super Bowl é um exercício de paciência se o vivente não gosta de propagandas. A porra é recheada de propaganda do começo ao fim. Pior do que a revista Veja. E são quatro partes com um show no meio. Ontem consegui ver até o começo da 2ª parte. Depois, deu sono. Por outro lado, o jogo é o maior e mais caro espaço publicitário do mundo. Nem todas as propagandas veiculadas são boas, mas algumas são ótimas e, para quem aprecia cinema publicitário, vale uma espiada. Há marcas que todo ano gastam um tutu lascado e estão na jogada, como os salgadinhos Doritos e os abacates mexicanos Avocado. Veja um compilado. Destaque para Morgan Freeman e Peter Dinklage, o anãozinho de Game of Thrones, com o Doritos, e, a melhor, ahahahaha, a comunidade isolada do Avocado. 




Animação. A menina cubana Yesapín García.

      Com apenas três vídeos até agora no canal, la niña cubana Yesapín García já tem milhares de visualizações. Criada pelo diretor Victor Afónso, Yesapín nasceu em Havana e vive com a mãe em Miami, na Flórida. Está sempre às voltas com as novas tecnologias de comunicação, como celular, um grande gargalo de Cuba, e conversa com o cachorro. 

 

Luiz Antonio Simas. História. As escolas de samba.

     O historiólogo e professor Luiz Antônio Simas fez esta pequena série de vídeos explicando e contando sobre as escolas de samba. Para mim foi muito útil porque esclareceu aluns conceitos que eu tinha e tenho sobre sambas-enredo. Eu não aprecio sambas-enredo. A maioria é uma porcaria de lascar, cheia de clichês, harmonia idêntica e melodia pobre. Mas o professor Simas explica tudo direitinho, especialmente como, a partir de quando e por que eles ficaram recheados de besteiras. O professor Simas não tem esta minha visão irônica e crítica. Eu cresci lendo e absorvendo Stanislaw Ponte Preta (vejam notas abaixo). O discurso de Simas vai no sentido de validar tudo e expor a história. Eu respeito. Estes vídeos enriqueceram meu conhecimento. Sambas-enredo são chatos e feios mas não podemos relegar a importância do paralelismo entre eles e o desenvolvimento da cidadania da população mais pobre, aquela que sempre viveu e carregou o estandarte das escolas. Há, portanto, muito mais do que sambas-enredo nas aulas dele. Vale a pena assistir. 

 

Video 2  Video 3  Video 4  Video 5

     Um detalhe que eu sempre lembro quando o assunto é samba-enredo é que, nos anos 60, o cronista Stanislaw Ponte Preta (1923-1968) fez sucesso com o Samba do Crioulo Doido, cantado pelas moças do Quarteto em Cy, grande onda pra cima dos sambas-enredo, que conta sobre o compositor que, para homenagear a história, compôs uma miscelânea desgraçada. 

     Se vivesse hoje, Stanislaw encontraria problemas e seria acusado de racismo, machismo e outros ismos. Já li quem afirme que o patrulhamento politicamente correto e os linchamentos de redes sociais da atualidade, como ferramentas de censura, são piores do que a ditadura militar, a grande inimiga de Stanislaw.

     Vai aí porque é obrigatório para o confronto ao discurso do professor Simas. A voz do início da gravação é do autor, o cronista Sérgio Porto, pseudônimo Stanislaw Ponte Preta. A composição fazia parte do "Show do Crioulo Doido", de Stanislaw e as moças do Quarteto.

Quarteto em Cy. Samba do Crioulo Doido.

Haila María Mompié esculachada nas famigeradas redes sociais.

     A cantora cubana Haila María Mompié foi esculachada nas famigeradas redes sociais esta semana por ter divulgado no Facebook sua festa de aniversário comemorada em... Miami. Trata-se de uma reação ao fato de Haila ser próxima de Fidel Castro. Apresentava-se para ele e o elogiou durante os funerais, no fim de 2016. Agora, os exilados de Miami, evidentemente, a criticaram, caíram de pau. Era de se esperar. A atitude dela foi incoerente e o divisionismo e a intolerância são os sentimentos que dominam as famigeradas. Bobeou, toma cascudo. Mas Haila respondeu: “Juzgar es una manera de esconder las propias debilidades. El sabio tolera todo y no dirá ni una palabra”. E arrematou: “Si aceptas el no defenderte estás demostrando que las palabras de los demás no te afectan, que son simplemente opiniones y que no necesitas convencer a los otros para ser feliz”. 

     Clipe recente de Santiago, Mi Santiago.