Bossa nova, 60 anos. Claudine Longet e Nothing to Lose.

     A bossa nova, que, dizem, começou no Beco das Garrafas, em Copacabana, em 1958, completa 60 anos em 2018. Segundo o José Ramos Tinhorão, a bossa nova tem uma batida de jazz e não tem nada de genuinamente brasileira. O Tinhorão, ou Tinhosão, segundo desafetos, comprou grandes brigas com isso. 

     Mas, enfim, e falando nisso, vejam que curioso. E bunitinho. Em A Festa (Blake Edwards, 1968), Claudine Longet canta Nothing to Lose. A bossa é o ritmo brasileiro que mais se espalhou pelo mundo. Gostem dela ou não, é cantada no Japão, na Finlândia, em Liliput e até na perdida Ilha da Caveira, do King Kong. Esta canção não é de Jobim, nem de João Gilberto, mas do maestro americano Henry Mancini. A letra é de Don Black. 

      A Festa (The Party) é um grande momento do ator e comediante britânico Peter Sellers, que também dava vida ao inspetor Jacques Clouseau, da série Pink Panther. Claudine Longet canta Nothing to Lose enquanto o idiota Hrundy V. Bakshi (Sellers) que ir ao banheiro.




     By the way, aliás, e falando nisso, o filme The Party, que no Brasil tem o título trapalhão de Um convidado Bem Trapalhão, será apresentado hoje à noite no canal a cabo Telecine Cult. Quem paga a TV a cabo, boa diversão. É uma comédia clássica que vale conhecer. O ator indiano Hrundy V. Bakshi (Sellers), idiota de pai e mãe que quer fazer carreira, é convidado por acidente para uma festa de arromba na casa de um produtor de Hollywood. Há cenas hilárias, como a do jantar servido pelo garçom bêbado.
  
     Eu sempre gosto de lembrar que Sellers era neurótico, chato e pretensioso. Desprezava as comédias populares de Edwards que estrelava. Mas foi com elas que ficou famoso e rico.
  

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