Ninguém sabe o duro que dei.

     Isso já tem três anos. Nunca postei. Mas faço agora. Atrasar é perdoável, esquecer, nunca. Então vai aí o documentário do Casseta Cláudio Manoel sobre a carreira e a decadência injusta de Wilson Simonal. Uma abordagem mais profunda do que apenas o mito de sua desgraça. Muitos depoimentos de quem conviveu com ele e lembra com clareza o fenômeno que o vitimou. Astro consagrado, rico e cheio de empáfia, nos anos de chumbo da ditadura, ali pelo fim dos anos 60 e começo dos 70, ele achou que poderia chamar alguns conhecidos que trabalhavam para a repressão política e pedir para dar um corretivo em um contador que ele pensava que o roubava. Foi sua tragédia. Se errou, pagou um preço muito caro, mais do que o merecido. Acabou escorraçado pelo meio artístico e rotulado como "dedo-duro" por parcela da imprensa de esquerda, dominadora das correntes de opinião. Vítima do maniqueismo da época, nunca mais conseguiu recuperar a carreira brilhante e cheia de talento. Foi desagravado somente depois de morto. E este filme vem para lançar ainda mais luz na memória de Wilson Simonal, o Simona. Alegria, alegria.

     "Aí meu anjo da guarda virou pra mim e disse: Simona, ou você vai ser alguém na vida ou vai morrer crioulo mesmo" (Wilson Simonal).

 

E Balanço Zona Sul, que eu postei sexta-feira com a Glaucia Nasser.



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