Não faço crítica de cinema porque não vou mais ao cinema. Não há nada muito inspirador no cenário para quem ainda aprecia os grandes diretores dos anos 40, 50, 60 e 70. E torço o nariz para filminhos feitos em cima da parte mais chata dos quadrinhos, os heróis. Portanto, não vi e provavelmente não irei ver Coringa. Pelo trailer, parece que o trabalho de Joaquim Phoenix está bom para viver o fracassado e coitado que se revolta. É este, em resumo, o ponto G do filme. Estou dando razão a Martin Scorsese, que esta semana abriu polêmica ao dizer em entrevistas que filmes Marvel ou congêneres não são cinema, mas parques de diversões. E complementou: "não vejo, até tentei, mas o máximo a que posso chegar é elogiar o trabalho de atores que dão o seu melhor para parques de diversões". Mesmo que este Coringa atual esteja alguns passos além disso, tem os vícios inerentes. É fantasia. Enfim, é o que eu acho deste trailer. E aí está.
E quem não vai mais ao cinema nesta era de confortos eletrônicos, que prendem o indivíduo em casa, tem a opção de enfiar-se nas séries. A maioria, pelo amor de Deus. Mas há as boas. Se o tema é gente psico, querem uma dica? A série Mindhunter, da Netflix, é do peru. Está na segunda temporada. Ainda estou vendo a primeira. Nos anos 70, os agentes Holden Ford e Bill Tench vão a penitenciárias para entrevistar serial killers, estudando-lhes a mente insana e o comportamento. Tudo real, baseado no trabalho do ex-agente John Douglas. Apesar de não conter cenas grotescas, só conversas, o tema é pesado. Há, por exemplo, o grandão Ed Kemper, que matou a mãe, assassinava mulheres, decapitava e fazia sexo oral com as cabeças. Conversam também com Charles Manson. Enfim, Coringa é café pequeno, fantasia boboca.
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