Teaser "Festa de Magia" - Mestre Moa do Katendê

     O baiano mestre Moa do Katendê, capoeirista, compositor, percursionista e difusor da cultura afro-baiana, foi assassinado no último domingo em um boteco em frente ao Dique do Tororó, em Salvador. O assassino, boçal simpatizante das ideias de Jair Bolsonaro, que sequer conhecia o valor de Moa, irritado com a afirmação de Moa de que havia votado no candidato Haddad em primeiro turno das eleições, desferiu-lhe doze facadas. Crime torpe e covarde que prenuncia a intolerância e os maus tempos para o futuro do Brasil se as correntes fascistas vencerem o segundo turno. Este vídeo tem alguns meses e demonstra toda a capacidade de Moa, que era amigo de astros como Caetano Veloso. 

 

     Difícil e não recomendável a quem não se ocupa essencialmente de temas políticos fazer posicionamentos sobre o assunto. Quem fala sobre música, quadrinhos, literatura, etc., e não tem interesses e nem pendores para militâncias, tem leitores potenciais de todas as correntes e, se puder, deve ser, pelo menos, discreto. Mas, para o caso, como passar omisso? Bolsonaro não é um candidato apenas representante "do outro lado". Trata-se de um fanfarrão troglodita e despreparado que não pode assumir as rédeas do Brasil. Entendo estas premissas como básicas e inquestionáveis. Evidente que seria exagero apontá-lo como responsável direto por um crime de bar, como o que vitimou mestre Moa. O motivo poderia ter sido a rivalidade entre Vitória e Bahia, por exemplo. Mas não foi. O comportamento psicótico e insano de Bolsonaro cria sim, ambientes perigosos. Isso é fato. Seu perfil fascistoide está evidenciado no discurso exercido ao longo de sua carreira, fundada no baixo clero do legislativo brasileiro, e que estão disponíveis em vídeos de entrevistas e de fanfarronices de palanque. Basta procurar por menos de dois minutos que é fácil encontrar. Apesar de temer o resultado pós-eleitoral, não patrulho o voto de ninguém, mas não vejo sequer possibilidade de polêmica. Bolsonaro deve ser evitado. Enfim, a campanha feita contra a esquerda nos últimos tempos lançou na massa eleitora o desejo de mudanças, fazendo de Bolsonaro um fenômeno. Jesus nos proteja.
     

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