Jazz manouche. Tchavolo Schmitt.

     A família francesa Schmitt carrega o carimbo do jazz manouche, estilo inaugurado nos anos 30 pelo cigano belga e gênio da guitarra, Django Reinhardt. Além de Tchavolo, que vai aí neste vídeo, há ainda o primo dele, Dorato, e os filhos de Dorato, Samsom, Bronson e Amati. Todos habilidosos. Para empunhar uma guitarra cigana é preciso ter o necessário treino. Tem de haver, quase que obrigatoriamente, o nível do virtuosismo. É um exagero musical porque todo instrumento tem várias maneiras de ser executado, mas é a escola deixada por Django e que todos seguem. A guitarra cigana não é como a guitarra do rock, que qualquer um se mete a besta de arranhar.

 

     Da mesma forma que no Brasil dos anos 50 houve Jacob do Bandolim e o grupo Época de Ouro, na Paris dos anos 30 houve Django Reinhardt e o grupo do Hot Club de France. Jacob e Django, musicalmente díspares em estilo e gênero, são comparáveis entre si no sentido de que ainda são inigualáveis na sonoridade que conseguiam nos respectivos instrumentos, mesmo vivendo época em que as condições tecnológicas de gravação não tinham a qualidade de hoje em dia. Atualmente há muitos e muitos instrumentistas de guitarra cigana, e muita gente boa, como Tchavolo, mas o som tirado por Django, que possuía dois dedos da mão esquerda atrofiados por queimadura, ainda impressiona e não tem concorrentes.

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