Anunciadas no início de maio as indicações para o Tony Awards, o prêmio do teatro nos Estados Unidos. Para quem ainda é fã dos musicais de Cole Porter (e só) e da dramaturgia de Tennesee Williams, nada muito animador. O que vi como entusiasmável foi este musical chamado Natasha, Pierre & The Great Comet of 1812. Baseado em Guerra e Paz, de Tolstoi, cujo enredo passa-se no tempo da invasão napoleônica da Rússia, o espetáculo fala dos sentimentos da jovem condessa Natasha Rostova e do tristonho (e casado) Pierre Bezukhov. Notei também que a cenografia é bonita e feita de forma integrativa. Aposto neste show. No plano teatral sem musiquinha, há uma indigitada "desconstrução" de The Doll House. O clássico de Ibsen, que fala substancialmente das relações do casamento, é adaptado aos atuais valores, como igualdade de gênero, sexo, etc. Bem, tudo que desconstrói um clássico acaba desconstruindo a si mesmo. O resto não julgo porque não tenho elementos. Mas, se posso ousar e arriscar uma opinião, em exame superficial, e de forma geral, não vi nada muito relevante.
Vai aqui uma visão pessoal que, evidentemente, não espelha a certeza universal. Tenho afeição especial por música, mas não por espetáculos musicais. Acho-os chatos a priori, com raras exceções, como Cole Porter e Chico Buarque. E se eu tivesse de desconstruir Ibsen, ou seu paralelo brasileiro, e até melhor, Nelson Rodrigues, eu preferiria os originais, que ainda possuem muito gás. Admito que alguma coisa na obra deles envelheceu mas não teria coragem de desconstruir nada. O ideal seria criar algo novo.
Veja a lista completa dos indicados AQUI.
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