A era Trump chega na TV. Elmo é despedido de Vila Sésamo.

     Elmo tomou um pé na bunda depois de 32 anos de programa. Foi o resultado do corte dos fundos da PBS (Public Broadcasting Service), fundo público americano que produz alguns programas. Mal comparando, mas muito mal comparando mesmo, a PBS é uma espécie de TV Brasil ou TV Cultura dos Estados Unidos, e que hoje produz os tradicionais programas da Vila Sésamo. A despedida de Elmo é uma piada, evidentemente, como sempre foram os bonequinhos de Jim Henson, mas há uma simbologia na piada, e tocante, e evidente, a de que aqueles que mais sofrem com as iniquidades governamentais são sempre os mais simples. E vai além como mensagem para afirmar que também os mais úteis e com conteúdo melhor são os prejudicados. No caso, Elmo e os valores singelos que ele passa às crianças, característica pouco vista nos programas infantis dos recursos privados, que só faltam vender a mãe. 




     E tanto como por aqui, existe nos Estados Unidos a velha polêmica sobre as emissoras públicas. Há os que afirmam que elas servem para pouca coisa, geralmente para programas de baixa audiência, e defendem o fim de recursos públicos investidos. Por outro lado, há os que entendem que sem elas restariam apenas as cretinices habituais dominadas pelas exigências mercadológicas. Tudo mais ou menos como aqui. A diferença é que nos Estados Unidos a PBS não é cabide de emprego. Mas governos brasileiros centristas não mexem com o assunto, enquanto Trump é mais autêntico como direita e deu uma boa tesourada.

     Sou a favor de emissoras públicas desde que bem geridas, sem cabides e sem espertinho compadre de governos ganhando salarião, o que ocorre com frequência no Brasil. 

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