Curta-documentário. Taller Than The Trees (Mais Alto do Que as Árvores).

     A documentarista americana Megan Mylan venceu o Oscar com o curta Smile Pinki, em 2008, que conta sobre a garota indiana com problemas de lábios leporinos. Recentemente deu luz a este filme, agora ambientado no Japão, sobre um homem que é ao mesmo tempo pai, filho e marido super dedicado. Um amor de pessoa. Bem, às vezes fico aqui pensando sobre as características culturais e sociais do Japão. Elas são interessantes porque possuem fortes e evidentes contrastes. Sentimentos profundos de gratidão e respeito caminham lado a lado com anseios fascistas e machistas e sistema massacrante. O japonês não sabe rir de si mesmo. Ou dá certo na vida ou fica amargo. País imperialista e agressivo, o Japão cometeu crimes de guerra horríveis em sua história. Seria impossível, por exemplo, e para ilustrar o que quero dizer, ver o homem deste filme estuprando uma chinesa ou mergulhando com um Mitsubishi Zero sobre um navio americano. Mas isso ocorreu. E muito. O país mudou, evidentemente, e vem mudando, especialmente depois da derrota na 2ª Guerra Mundial, mas alguns aspectos culturais são muito fortes e ainda se mantêm. Enfim, quando querem, os japoneses são humanamente profundos, ternos, e demonstram relação prosaica com a vida. Mas seria tudo isso mesmo? E fico por aqui. Não me estendo muito porque é assunto para teses acadêmicas de sociologia e antropologia. Enfim, vejam o filme que, dentro de sua proposta, que é a de mostrar o lado prosaico e humano do Japão, aquele que fala do respeito às pessoas, às flores e à natureza, é bonito. É uma faceta real da sociedade japonesa. Não digo que ela não exista, mas apenas que há contrastes quase inconciliáveis.

 

Assista, se tiver interesse, o premiado Smile Pinki.

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