Falei dele no post anterior e termino o ano com ele. Agostinho dos Santos nasceu em São Paulo em 1932 e faleceu em 1973, no acidente do voo Varig RG.820, aeroporto de Orly, Paris. Não é um cantor do meu tempo, mas na minha adolescência, quando ele já havia falecido, eu comprei vários discos e ficava ouvindo, maravilhado. A voz dele é suave e afinadíssima. Nunca canso de ouvir. Apenas para contar algo rápido, registro que Agostinho, que ganhou muitos Discos de Ouro por vendagens, cantou Manhã de Carnaval, de Luis Bonfá e Antonio Maria, e A Felicidade, de Vinícius de Moraes e Tom Jobim, para o filme Orfeu Negro, de Marcel Camus, que ganhou a Palma de Ouro de 1959. Mas Agostinho não teve o nome nos créditos, embora a voz inconfundível dele transparecesse com evidência. Bem, vamos lá, TU Y YO, um bolero gostoso com a voz de Agostinho. Ele gravou em 1962, em espanhol e em português. Vai aí a versão em espanhol. Tenho como linha do blog dar privilégio a vídeos bem produzidos e recentes, mas Agostinho é clássico para ouvir. Uma voz insubstituível. Feliz Ano Novo e até o ano que vem.
A origem desta canção é difícil de pesquisar na internet. O Google responde muita coisa, mas não responde tudo, hehe. . A letra em português é da dupla Jair Amorim e Evaldo Gouveia, que dominou os anos 60 com composições gravadas por mutos artistas de sucesso. Mas se a letra em espanhol é a original, como parece, e Jair e Evaldo apenas fizeram a versão, não consegui chegar ao autor.
Clipe de divulgação da Biscoito Fino para o recentemente lançado álbum Carminho Canta Jobim. Participação de Marisa Monte.
Sempre que a portuguesa Carminho mergulha na música brasileira, ela acerta o pé. Já gravou Milton Nascimento e Chico Buarque de Holanda, chamando a atenção na mídia, especialmente na internet, com clipes sempre muito bem produzidos. A canção Estrada do Sol é uma parceria de Jobim com Dolores Duran, lá dos anos 60, sucesso do cantor Agostinho dos Santos, que faleceu no acidente com o avião da Varig, em Orly, Paris, em 1973. Habituado a ouvir a canção com a voz doce e afinadíssima de Agostinho, eu sempre ouço novas versões com certo pé atrás. Mas Carminho nunca chuta pra fora. O clipe vem com a letra.
O Shakti Sings Choir foi criado no condado histórico de Midllesex, Inglaterra, e tem como proposta entoar canções que falam sobre a condição mística do homem. Diante do quadro, e diante da origem britânica celta, cantam, por exemplo, músicas para druidas e outras manifestações do gênero. Não vi nenhuma maravilha musical, para ser sincero, mas como gosto de pesquisar sons exóticos, aí está. Ouça e veja se gosta.
Hoje, 28 de dezembro, o cartunista Stan Lee, criador do Homem Aranha, Hulk e outros personagens que tornaram a Marvel uma potência dos quadrinhos, completa míticos 94 anos.
Achei bem legal esta galera cantando o tema de Spiderman a capella.
Lee tem vários pontos admiráveis. O primeiro, evidentemente, é a arte e o talento gráficos. Depois, a saúde e a longevidade, resultado do equilíbrio entre o biotipo natural e o espírito, um privilégio que poucos sabem reger.
Se tiver interesse, dê uma espiada no site da Fundação Stan Lee.
Vídeo com o resumão do espetáculo da companhia canadense Cirque du Soleil na Broadway. Um grande exercício daquilo que se chama espetáculo. Sinceramente, e sempre digo isso quando posso, não sou um apreciador de musicais. São maçantes, com raras exceções. Obviamente que se trata de uma visão pessoal, nem certa nem errada. Não tenho a pretensão de espargir a verdade. Mas o Cirque du Soleil cria cenários impactantes e seus membros (atletas) estão bem acima das clássicas dancinhas "salta pocinhas".
A documentarista americana Megan Mylan venceu o Oscar com o curta Smile Pinki, em 2008, que conta sobre a garota indiana com problemas de lábios leporinos. Recentemente deu luz a este filme, agora ambientado no Japão, sobre um homem que é ao mesmo tempo pai, filho e marido super dedicado. Um amor de pessoa. Bem, às vezes fico aqui pensando sobre as características culturais e sociais do Japão. Elas são interessantes porque possuem fortes e evidentes contrastes. Sentimentos profundos de gratidão e respeito caminham lado a lado com anseios fascistas e machistas e sistema massacrante. O japonês não sabe rir de si mesmo. Ou dá certo na vida ou fica amargo. País imperialista e agressivo, o Japão cometeu crimes de guerra horríveis em sua história. Seria impossível, por exemplo, e para ilustrar o que quero dizer, ver o homem deste filme estuprando uma chinesa ou mergulhando com um Mitsubishi Zero sobre um navio americano. Mas isso ocorreu. E muito. O país mudou, evidentemente, e vem mudando, especialmente depois da derrota na 2ª Guerra Mundial, mas alguns aspectos culturais são muito fortes e ainda se mantêm. Enfim, quando querem, os japoneses são humanamente profundos, ternos, e demonstram relação prosaica com a vida. Mas seria tudo isso mesmo? E fico por aqui. Não me estendo muito porque é assunto para teses acadêmicas de sociologia e antropologia. Enfim, vejam o filme que, dentro de sua proposta, que é a de mostrar o lado prosaico e humano do Japão, aquele que fala do respeito às pessoas, às flores e à natureza, é bonito. É uma faceta real da sociedade japonesa. Não digo que ela não exista, mas apenas que há contrastes quase inconciliáveis.
Assista, se tiver interesse, o premiado Smile Pinki.
Animação do Jazz at Lincoln Center e a manjada Jingle Bells. Mas com a Jazz at Lincoln Center Orchestra with Wynton Marsalis, até a manjada Jingle Bells fica renovada e interessante. Animação produzida no ano passado, mas só vi agora, então tá valendo. E não é o tipo de coisa que perca a validade.
O blog Samba de Raiz tem alguns discos antológicos para ouvir. Clicando no logo, vá a Nelson Cavaquinho. Se quiser, passeie pelo site e ouça mais. Tem muita gente boa.
O Cartoon Art Museum, de San Francisco, Califórnia, é a instituição que tem como atuação fundamental a preservação e a divulgação da arte dos quadrinhos. Em 2017 inaugurará nova sede. Clique na foto e conheça mais:
Outro comercial de Natal bem legal porque distante dos velhos e enjoativos clichês do gênero. Vem da Bolívia. A empresa de frangos Sofia fez este filme sobre os plantonistas da noite de Natal, aquelas pessoas que permanecem trabalhando. Há uma médica, um vigia e um motorista de táxi que recebem uma surpresa em pleno expediente natalino.
Filme de Daniel Martínez Lara e Rafa Cano Méndez, estúdio espanhol La Fiesta Produciones Cinematográficas. O roteiro fala das nossas liberdades de escolha na busca da felicidade, abordagem com certo viés existencialista, a escola filosófica de Sartre, que pensava a conduta humana no sentido de que nós somos os donos dos nossos destinos. Claro que esta é uma lembrança bem livre, e o filme não diz isso, trata-se de uma citação minha, mas acho apropriada. Enfim, muito bonito o filme.
Curta documentário que mostra várias entrevistas feitas com cidadãos refugiados sírios na Grécia, em janeiro de 2016. O filme lança luz a uma situação social e política confusa, para a qual a opinião pública internacional não sabe muito bem que posição tomar. Após ver o filme, fica a certeza de que não há lado da guerra da Síria que possa ser apontado como mais próximo de algum espírito de justiça. Todos cometem excessos e erros, penalizando a população comum, aquela que apenas pretende viver em paz, sem defender governo ou fanáticos religiosos.
Eu sempre gosto de lembrar, quando posso e entendo ser oportuno, que esta situação deverá ser cobrada com juros de Bush Jr. Ao desestabilizar o Iraque com mentiras, Bush desestabilizou todo o Oriente Médio e incentivou o surgimento do ISIS, ou EI, em português.
A campanha de Ricky Rosselló para o governo de Puerto Rico focou com entusiasmo no discurso de luta para a completa inserção da ilha à federação dos Estados Unidos. Puerto Rico é um "estado livre associado". Seja lá o que isso for, nunca entendi muito bem. Sei que é um estado e não é ao mesmo tempo porque possui menos prerrogativas, como, por exemplo, não participar das eleições presidenciais. Pois bem, Ricky Rosselló venceu as eleições de novembro e parece que seu discurso de campanha já começa a dar resultados e apresentar iniciativas efetivas. O congressista democrata pela Flórida, Alan Grayson, protocolizou projeto de emenda à Constituição americana para que Puerto Rico seja inserido completamente na federação dos Estados Unidos. Porém, convenhamos, é um projeto difícil. Os Estados Unidos não são o Brasil, país que altera a constituição com extrema facilidade, como se fosse uma lei qualquer. Mas vamos ver.
O neomelodico napoletano é a música brega napolitana. Tem bastante apelo popular. Recheado de dramalhões familiares e conflitos de amor, é o gênero preferido dos clãs camorristas. Apesar do universo bandido, e isso não vale para todos os cantores, as músicas são bonitas. Neste clipe, Nino Fiorello é o chefe preso que liga para a família na véspera do Natal.
Imagens feitas com drone mostram a cidade de Aleppo após a retomada de território pelas tropas governistas. Difícil dizer o que restou.
As imagens lembram Berlim de 1945, mas com a modernidade do HD. E há também outra coincidência: a presença de tropas russas e problemas de desrespeito a direitos humanos no cenário final. Eles dizem que é mentira. Na Segunda Guerra Mundial os russos arrasaram Berlim e foram responsáveis por grande parte da vitória aliada na Guerra toda. A Rússia terminou o conflito com estimadas 40 milhões de mortes.
Mas veja aí a cidade. Pode ver tranquilo que são mostradas apenas as ruínas. É o que basta para impressionar.
O site Cândido, da Biblioteca Pública do Paraná, é o melhor site referencial sobre literatura brasileira moderna e do passado.
O Cândido publica autores novos e desconhecidos do grande público. Isso é importante e é um dos detalhes que fazem do site uma referência. Mas sobre autores quase inéditos, fica em mim, cada vez mais, o sentimento de que a literatura perdeu a sua mais essencial ferramenta, que é a capacidade de contar bem uma história. A bruxaria de Machadão está extinta. Narrativas intimistas e mal elaboradas inspirações em autores da segunda metade do Século XX acabaram por deixar a literatura meio amorfa e sem graça. Venho notando cada vez mais este fundamental aspecto ao tentar ler autores atuais, alguns premiados, e abandonar o livro na cabeceira bem antes da metade.
No Brasil nós temos alguns padres cantores, como o Zezinho, Antonio Maria e Marcelo Rossi. Ray Kelly é irlandês de Dublin. A voz dele é boa e ele grava CDs e manda ver até em casamentos.
No chão, a cidade tem problemas sérios, especialmente de segurança, mas a paisagem do alto, em grande angular, ainda encanta. E foi exatamente este magistral detalhe que a Unesco gravou como Patrimônio Mundial. A melhor forma de conferir isso é pousando no Aeroporto Santos Dumont. E com música fica ainda melhor. Trilha sonora deste vídeo: Quarteto em Ci e MPB4, com Samba de Orly, composta por Chico Buarque em tempos de exílio na Itália, fins dos anos 60, parceria com Toquinho, e Samba do Avião, de Tom Jobim. As imagens do Rio ao som destas canções pode parecer meio clichê, mas ainda é a melhor forma de ver a cidade, a mais universal e a que o mundo inteiro entende. As músicas atuais não têm a mesma pegada e fim de papo. E o voo: chegada pela Ilha do Fundão, passando pela Ponte Rio-Niterói, porto, (estádio Maracanã, que a posição de quem gravava não permitiu a visualização), estação ferroviária Central do Brasil, Mirante Dona Marta, Santa Tereza, Botafogo, Aterro do Flamengo e pouso RW02 (direita).
"Senhores passageiros, coloquem seus assentos em posição vertical e afivelem os cintos de segurança. Dentro de instantes pousaremos no Aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro. O tempo é bom e a temperatura é de 29 graus. A Cia. pede que não levantem até o completo estacionamento da aeronave e não esqueçam das bagagens de mão. Agradecemos a preferência."
Rosa é um escritor que pode abrir polêmicas, já que sua narrativa, em tese, sertaneja, era muito mais feita de neologismos criados por ele do que efetivamente com expressões autênticas. Apesar disso, é evidente que o espírito da obra dele está além disso.
Nada a ver essa moda de palhaço que assusta. O americano Barry Lubin, o Grandma (vovó), anuncia um recorde interessante: com convite para participar de um navio expedição à Antártica em 2017, ele será o único clown que poderá dizer que já atuou nos sete continentes. Lubin tem brilhante carreira de mais de quarenta anos e já atuou nos gigantes Rigling Brothers e Big Apple. Sou fã dele.
Um pouco do melhor da música popular portuguesa, o cantor António Zambujo. Clipe gravado no famoso elétrico (bonde) de Lisboa. O clipe é de 2014, mas como Zambujo é conhecido no Brasil apenas em círculos mais restritos, está valendo.
A semântica.
Fui dar aquela espiada na letra escrita (aqui)e imagino que muitos brasileiros não conteriam o riso ao lerem versos como "e o meu peito séptico, por um pica de elétrico voltou a sonhar". Ou ainda, e pior, "mais nada me dá a pica que o pica do sete me dá". Epa, hehe. Enquanto no Brasil a palavra pica significa, de forma ampla, o órgão genital masculino, em Portugal, para além dos significados mais conhecidos, como injeção e picada, segundo minhas pesquisas, e segundo as intenções aparentes deixadas pela letra de Zambujo, significa também entusiasmo. Ok, picardias e divergências semânticas à parte, a música e as imagens são muito bonitas. Se o brasileiro abstrair a ideia de sátiro, quase infantil, mas inevitável, poderá perceber a poesia e o encanto de Zambujo e do bondinho romântico de Lisboa.
Zambujo cantará em Beja, em junho, com o brasileiro Ney Matogrosso.
Brasil e Portugal falam o mesmo idioma, mas, para muita coisa, não falam a mesma língua.
Franckie Valli, depois de muito sucesso nos anos 60 com o The Four Seasons (Jersey Boys), grupo que quebrou devido a dívidas de um dos membros que nem Dom Angelo DeCarlo, o padrinho da máfia de Jersey, conseguiu resolver, passou por maus momentos e vício em drogas. Mas a canção Can't Take My Eyes off You o resgatou, já cantando solo. É daquelas canções que atravessam o tempo e as fronteiras. Neste clipe, ela é interpretada pela japonesinha Imalu, do Little Tokyo.
Uma grande canção jamais perece. Cada vez ressurge de uma forma, mesmo sem alterar a forma. Isso foi gravado esta semana. Claro que eu ainda prefiro a gracinha imortal da Astrud Gilberto a este cueca do Jazz Function Quartet. Mas o estilão Frank Sinatra dele não tá ruim não.
Apresentação em novembro na Knkx Public Radio, de Nova York. Ronco da Cuíca, de João Bosco e Aldir Blanc. Ritmo gostoso, excelentes instrumentistas e brasilidade pra dar e vender. E ronco da cuíca, além do ritmo contagiante (imagino como seja a reação de estrangeiros ouvindo isso), também carrega um recado, digamos, social: "Roncou, roncou, roncou de raiva a cuíca roncou de fome, alguém mandou, mandou parar a cuíca, é coisa dos home."
A Bronx Tale é a autobiografia em monólogo (one man show) escrita pelo ator e teatrólogo Chazz Palminteri, que conta sobre o garoto Calogero, que vive no Bronx, Nova York, nos anos 60, e a relação que ele desenvolve com o pai ,trabalhador e de boa-fé, e o "segundo" pai, o chefão do bairro, Sonny "Lo Specchio". A história, que já foi para o cinema nos anos 90 dirigida por Robert DeNiro, agora está na Broadway.
Direção de Adam Loften e Mary Fowles, Welcome to Canadá conta sobre o cotidiano do jovem sírio Mohammed Alsaleh, responsável pela inserção de refugiados em Vancouver. Ative legendas em espanhol (CC).
A Índia é um dos piores países do mundo para mulheres. Estrutura de castas e machismo xucro ainda dominam. Mas no The Voice India Kids, a maioria das concorrentes era de meninas. A vencedora foi Nishta Sharma. Claro que é preciso lembrar que no mundo das artes, como a música e o cinema, a mulher indiana tem o seu papel de destaque. Há muitas atrizes e cantoras de sucesso. O problema mais grave da condição feminina na índia está nas camadas mais baixas da população.