Gonzaguinha e Gonzagão em livro de Gonzaguinha.

    Louise Margaret Martins, a Lalete, viúva do compositor Gonzaguinha, anuncia que antes de falecer, em 1991, ele deixou pronto um livro sobre o pai, Luiz Gonzaga, o Gonzagão. Nele, Gonzaguinha entrevista vários amigos do pai. O livro tem previsão de lançamento para 2017 e terá o nome “Minha vida é andar por este país”. O nome é uma alusão clara à canção de Gonzagão composta em parceria com Hervè Cordovil, Vida de viajante, que foi gravada originalmente em 1953. No áudio abaixo, a gravação de Gonzagão e Gonzaguinha, feita no início da década de 80.

     E eu sempre gosto de lembrar porque acho a história dos dois muito bonita. Gonzagão casou com a mãe de Gonzaguinha quando ela já estava grávida de outro homem. Ela morreu muito cedo, deixando Gonzaguinha ainda bebê. Mas Gonzagão assumiu a criança totalmente. Porém, artista famoso e sempre viajando, não podia cuidar do menino e o deixou no morro de São Carlos, Rio de Janeiro, com o casal de amigos Dina e Xavier. Gonzagão provia materialmente tudo, roupas, escola, etc., mas era pessoalmente distante, o que deixou abalada a relação entre pai e filho. No morro, o menino absorveu o universo do samba e da MPB. A relação dos dois veio a resolver-se razoavelmente apenas quando Gonzaguinha já estava adulto, maduro e igualmente famoso. A história também está no filme Gonzaga, de Pai Pra Filho (Breno Silveira, 2012).




Certa vez um repórter perguntou a Gonzagão:
- O que o senhor acha das canções de seu filho?
- Não é ruim, mas o diacho deu de ser comunista.

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