100 anos de Sinatra. Talentoso, sedutor e... bandido.

Em 12 de dezembro de 1915, nascia Francis "Frank" Albert Sinatra, em Hoboken, New Jersey. Uma biografia recheada de mitos. Mafioso, canalha, rufião de luxo, machista, um pouco baixinho para os padrões de galãs americanos mas sedutor. Tudo isso e mais um pouco. Fica até difícil dizer o que é mais interessante, a vida dele ou a voz. Sou fã de Sinatra como um todo, sem dissociar a vida da voz. Tenho junto comigo, na mesma opinião, o diretor Martin Scorsese, que prometeu, faz algum tempo, uma cinebiografia de Sinatra, mas engavetou o projeto. 

 
Sinatra e Grace Kell em High Society, 1956. Mind if I Make Love to You, de Cole Porter. 

São muitas e variadas as histórias envolvendo Sinatra. Algumas fazem parte de mitos nunca comprovados e outras são fatos inquestionáveis. Vamos a alguns "casos", pelo menos para mim, mais notáveis:

1.O caso da convenção da máfia em Havana. Segundo o comediante Jerry Lewis, amigo dos tempos dos grandes shows de Las Vegas, Sinatra teria comparecido à chamada "Havana Conference" a convenção dos chefes da Cosa Nostra em Havana, Cuba, em 1946, para levar mala cheia de dinheiro para o boss Charlie Lucky Luciano. Segundo Lewis, Sinatra suava, nervoso, olhando para todos os lados, mas cumpriu a missão.

 2. O caso Grace. Durante as filmagens de High Society, em 1956, Sinatra e Grace Kelly tiveram um caso, segundo fofocas. Ela negou veementemente os rumores e partiu para Mônaco para casar com Rainier III. 

 3. O caso Tommy Dorsey. Sinatra tornou-se uma estrela nos anos 1940, como crooner da orquestra de Tommy Dorsey. Já famoso, quis sair para cantar sozinho. Mas havia um contrato e Dorsey quis cobrar a multa pelo rompimento. Certa madrugada, Dorsey recebeu a visita de um velho amigo de Sinatra, Willie "Moore" Moretti, o chefe da máfia de Jersey. Moretti fez Dorsey pegar seu famoso trombone e ameaçou com a arma na boca do trombone. Sinatra foi liberado, sem multas. Dorsey manteve silêncio por décadas, até a morte de Moretti, quando contou tudo em uma entrevista. O fato tornou-se especialmente conhecido por ter inspirado o personagem Johnny Fontane no romance The Godfather (O Poderoso Chefão), de Mario Puzzo e, depois, no filme homônimo de Coppola.

 4. O caso O Bebê de Rosemary. A bela e jovem Mia Farrow, então esposa de Sinatra, que já passava dos 50, estava escalada por Roman Polanksi para viver Rosemary Woodhouse, no filme O Bebê de Rosemary, em 1968. Sinatra, com ciúmes de Polanski, que era sedutor perigoso como ele, e como bom machista, proibiu Mia de atuar. Ela insurgiu-se contra o machismo dele e aceitou o papel, pondo fim ao casamento. Não custa lembrar que Mia também enfrentou outro marido, o bem mais tranquilo Woody Allen, que acusou de abuso e afirmou que um filho não era dele, mas de Sinatra. Que triângulo!

5. O caso Kennedy-Marilyn. Há quem afirme que Sinatra foi o agenciador de um caso entre a atriz Marilyn Monroe e o Presidente priápico John Kennedy.

6. O caso dos Cassinos. Pelo envolvimento com a máfia e o chefe Sam Giancana, Sinatra perdeu, em 1963, a licença para atuar como investidor nos Cassinos de Las Vegas. Recuperou parcialmente seu poder apenas em 1981, quando a poderosa e organizada Nevada Gaming Comission, que varreu a máfia de Las Vegas, concedeu-lhe autorização para agir como "gerente de entretenimento" do Ceasar's Palace.

7. O caso Ava Gardner. Sinatra nutriu paixão avassaladora pela figura morena estonteante de Ava. Casaram-se em 1951, mas mantiveram relacionamento breve, recheado de escândalos, conflitos e brigas públicas. Cheia de personalidade, ela judiou do cotovelo dele. Era muita areia para o caminhãozinho italiano e machista dele.

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