O carioca Aldir Blanc é um poeta e letrista único. Completa hoje 70 anos. Aldir traz em seu conteúdo a crônica do cotidiano do Rio, das pescarias de siris, dos gols anulados, etc.. Difícil pinçar algo dele para dizer que é o ponto alto. Mas O Bêbado e a Equilibrista, um dos grandes sucessos de Elis Regina, composta durante a fantástica parceria de Aldir com o mineiro João Bosco, é, sem dúvida, um destaque que representa os tempos difíceis de exceção política. Não queria postar Elis e corri a rede para encontrar algo novo e com qualidade. Encontrei Nani Medeiros.
Esta canção tem uma riqueza incrível. São muitos detalhes. Por exemplo, "caía a tarde feito um viaduto e um bêbado trajando luto", é a menção poética à tragédia do desabamento do elevado Paulo de Frontin, nos anos 70, na Tijuca. Ou o verso "a volta do irmão do Henfil", que evoca o retorno de Betinho, irmão exilado do cartunista do Pasquim. O mesmo Henfil que havia promovido o enterro simbólico de Elis por ela ter cantado o Hino Nacional nas Olimpíadas do Exército.
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