DR. JOHN JAZZ FUNERAL ~ Canal Street - Basin Street

     Para o cronista Stanislaw Ponte Preta, morrer era "botar o bloca na rua", alusão irônica que Lalau fazia aos funerais, que saíam das residências parar percorrer as ruas, lembrando as escolas de samba. Em New Orleans isso ocorre literalmente quando morre alguém. Antigamente, todo mundo que falecia em New Orleans merecia desfile, um costume diferente (e para mim bem simpático) de encarar a morte, sem dramas, sem tragédias, apenas como uma passagem natural para algum lugar para onde todos vamos um dia. Agora a homenagem é feita somente aos ligados às raízes do jazz. Em 6 de junho faleceu o músico Dr. John e cumpriu-se o ritual. O último balacobaco funéreo de New Orleans havia sido o de David Bowie, em 2016, mas Bowie não era natural de Orleans, era inglês, e morreu em Nova York. A homenagem a ele foi uma licença, uma quebra de protocolos. Mas Dr. John era original da cidade. 

 

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