É Com Esse Que Eu Vou. 36 anos sem Elis.

    Em 19 de janeiro fez 36 anos que a cantora Elis Regina faleceu prematuramente ao beber whisky misturado com cocaína. Até hoje o Brasil se pergunta por que. Ela não possuía perfil público problemático. A notícia da morte foi uma terrível surpresa. Eu era garotão e fã apaixonado pelo talento, pela musicalidade, pelo charme pessoal do sorriso de covinhas, pelos olhos vivos e pelo espírito provocador. Lembro que fiquei com uma mágoa profunda. 

     A marchinha carnavalesca É Com Esse Que Eu Vou foi gravada por Elis no início dos anos 70. Mas originalmente foi composta por Pedro Caetano nos anos 40. Elis a resgatou e a levou ao sucesso.

     Em 1970, após falar mal da ditadura militar em Paris, onde se apresentava no Olimpia, Elis sofreu pressões dos militares. Para poder voltar ao Brasil, teve de cantar o Hino Nacional nas Olimpíadas do Exército. A atitude a deixou mal também com a esquerda. Em vista disso, Elis gravou a velha marchinha de carnaval. O recado é claro. Era o que ela queria dar. Trata-se, como dito, de uma marchinha de carnaval, mas Elis dá o seu próprio tratamento, altera a harmonia e o astral.

     Esta gravação de TV é de 1973, programa icônico do Fernando Faro, na TV Cultura de São Paulo. O piano refinado é do marido e arranjador dela na época, Cesar Camargo Mariano. 




      Incoerência. 

     Elis disse que não gostou de Chico Buarque inicialmente, ao ser apresentada a ele, um caladão tímido. E dizia que adorava Milton Nascimento desde o primeiro olhar, outro... caladão tímido.

     Paixão. 

     Milton Nascimento confessou, faz algum tempo, que foi apaixonado por Elis e que tudo o que fez na vida foi por ela. Levou seus sentimentos de forma platônica. Jamais se declarou.
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