Agnaldo Timóteo e Cauby Peixoto. Conceicçããããããããoo... (atualizado)

     Começo este pequeno "textículo" de início de ano por dizer que não dou muita bola para Ano Novo. Há um texto do pensador italiano Antonio Gramsci, escrito em 1916, onde ele diz "odeio o Ano Novo". Em síntese, o filósofo afirma que um dia vem logo após o outro e comemorações festejando um porvir melhor a partir de uma data específica é convenção tola ou marketing comercial. Não exagero tanto. Não odeio nada. Tomo a minha champagne. Embora concorde com Gramsci sobre convenções tolas. 

     Enfim, aqui já estamos de volta e com dois gigantes da voz, Cauby Peixoto (1931-2016) e Agnaldo Timóteo. Cauby foi grande ídolo do rádio e tinha timbre e recursos vocais únicos e inigualáveis. Em seus tempos de jovem ídolo, as moçoilas quase arrancavam-lhe as vestes quando surgia em público. Era gay assumido. Chamavam a atenção suas roupas coloridas, que davam a ele um ar "kitsh", embora fosse discreto na vida íntima. O repertório realmente balançava entre o sublime e o cafona. Mas a voz era o que marcava. Timóteo, figurinha polêmica que já foi deputado, também tem seus dotes. Não é fraco não. 

     Timóteo lança neste início de ano o álbum Obrigado Cauby, uma homenagem ao mestre e amigo desde os anos 50, tempos em que Agnaldo era ainda um torneiro mecânico em Governador Valadares e lutava pela carreira. 

     E Conceição, gravada por Cauby em 1956, é o grande sucesso que o acompanhou até os últimos dias. Não terminava um show sem cantá-la. Toda mulher chamada Conceição sofria bullying quando dizia o nome. Eis aí Conceiçãããããããããão...




     Atualização.

      Não dá para deixar passar. Lembro que o humorista paulistano de rádio e TV Serginho Leite (1955-2011) se apresentava nos anos 80 com o personagem Cauby Timóteo. O lado direito tinha a fantasia de Timóteo e o esquerdo a de Cauby. Ficava de perfil e, conforme o lado que estivesse para a frente, imitava e fazia sua caricatura. Um trabalho hilário e talentoso.

Serginho Leite e o Cauby Timóteo.

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