Cristo Redentor. Série De Braços Abertos.

     Ele é um dos monumentos turísticos mais conhecidos do mundo, mas não podemos nos esquecer que ele é, também, e essencialmente, um ponto de meditação e um santuário religioso. Esta série de vídeos foi feita pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, que o administra. Quando menino, eu o via iluminado, à noite, da janela de um apartamento em Botafogo. Cresci, não sou descrente, mas também não sou religioso e vago pelo agnosticismo. A visão onírica do Cristo entre as estrelas e as nuvens, porém, nunca mais saiu da minha memória. Tudo o que vejo sobre ele eu compartilho. Acho-o bonito, fico emocionado quando topo com algo sobre ele e não sei muito bem explicar a razão, se é apenas estética ou se há algo mais. Do alto dos 710 metros do morro do Corcovado, ele reina e simboliza uma cidade e um país, além de fazer parte dos saborosos clichês da bossa nova. Há uma canção de Cazuza que diz "estranho esse teu Cristo, Rio, sempre de braços abertos mas sem proteger ninguém". O estado de caos em que se encontra a cidade do Rio de Janeiro avaliza o verso de Cazuza, mas quero eu crer que a descrença do jovem poeta seja apenas uma meia verdade e que a velha estátua de pedra sabão, inaugurada em 1931, significa sim a proteção espiritual que um dia virá. Quando coloco a fé à frente do agnosticismo, eu tenho certeza.




De Braços Abertos 2  De Braços Abertos 3  De Braços Abertos 4  De Braços Abertos 5  De Braços Abertos 6

     Também sempre gosto de lembrar que o escritor e filósofo franco-argelino Albert Camus, gênio admirado por muita gente boa, que deixou obra significativa, em visita ao Rio em 1949, vendo o monumento a partir de um navio que aportava, designou-o cruel e injustamente em seu diário de viagens, definindo-o como "um deplorável Cristo iluminado". 

Nenhum comentário: