Minhas fronteiras são bem mais largas do que as minhas origens. Não me atenho estritamente às origens. Mas todos nós temos, inevitavelmente, as nossas origens e elas têm grande importância na formação de nossos espíritos e na formação de nossas referências em geral, através de nossos pais e avós. Faço parte da imensa colônia italiana que se estabeleceu no Estado de São Paulo a partir do fim do século XIX, e também após a 2ª Guerra Mundial. Há dois fortes pontos de imigração italiana no Brasil, os Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Pois bem, dito isto, vamos a uma curiosidade musical. Esta canção, que muitos pensam ser italiana, na verdade é brasileira. Foi composta pelo imigrante poeta Angelo Giusti, da colônia Caxias, radicada na região serrana do Rio Grande do Sul. A poesia teve melodia inserida pelo Frei Capuchinho Exupério de La Compôte e ficou conhecida além das origens por ter sido gravada por Caetano Veloso para ser tema do filme O Quatrilho (Fábio Barreto, 1995). Após o sucesso do filme, tornou-se hino da imigração no Rio Grande do Sul. E Angelo Giusti, que teve suas poesias aglutinadas no livro Poemas de um Imigrante, viveu em Flores da Cunha, Serra Gaúcha, e morreu em 1929. Vai aí o vídeo com a letra, que expõe de forma bonita a saga dos imigrantes.
O Brasil é a maior colônia italiana no mundo. Somos em esmagadora maioria descendentes de vênetos. Minha família tem origem em Gazzo Veronese, Vêneto. Mas há também calabreses e napolitanos.
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