Quarenta anos da morte de Elis Regina. Elis Regina e Milton Nascimento - Caxangá

     Elis faleceu em São Paulo em 19 de janeiro de 1982. Hoje, em suas redes sociais, Milton Nascimento postou este vídeo junto à confissão: o grade amor da minha vida, para sempre. Foco de carinho por parte dela, ele estava a salvo da bipolaridade agressiva dela. Por ser antigo, o vídeo não tem boa resolução.

   
      Há um fato que eu nunca esqueço porque cresci admirando os dois: a polêmica com o cartunista Henfil. Na década de 70, Henfil tinha um hábito que ecoava, ele promovia enterros simbólicos de pessoas que ele acreditava possuírem pecados com a ditadura. Fez isto com muita gente, e muitas vezes injustamente. Elis veio de Paris, onde havia se apresentado com sucesso no Olímpia, e cantou o Hino Nacional nas Olimpíadas do Exército. Henfil não teve dúvidas, "enterrou" Elis. A atitude dele tinha reflexos, ele era do time da esquerda patrulhadora e esculhambadora do Pasquim, a mesma que destruiu a carreira de Simonal. Elis ficou magoada. Justificou que cantou na Olimpíada do Exército porque foi forçada pela ditadura, a quem havia criticado em Paris. Foi obrigada. "Ou canta ou nem volta". O tempo passou, Henfil publicou uma retratação, mas desculpas nunca pediu. Há quem diga, equivocadamente, que Elis ter gravado O Bêbado e a Equilibrista, a canção do verso "que sonha com a volta do irmão do Henfil", foi um pedido de desculpas da cantora. Quem devia desculpas era Henfil.
           

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