O tradicional coral da USP (Universidade de São Paulo) nos oferece este presente, a canção Arueira, de Geraldo Vandré, composta em 1967. Segundo melhor pesquisa, como no site Cravo Albin, a canção é Arueira, e não Aroeira, como é comum ver por aí, e como está no título do vídeo. Vandré foi, e ainda é, a mais brilhante voz de protesto da MPB, que se consolidava no fim dos anos 60 e durou até 1985. Os versos de Arueira, assim como as outras canções de Vandré, como Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores e Disaprada, são fortes. As magníficas fotos do vídeo são do santista Araquém Alcântara, fotógrafo especializado em ecologia. Pelo momento que o Brasil atravessa, com governo federal ruim e mundialmente mal afamado, as imagens levam Arueira a demonstrar a atualidade que nunca perdeu.
É a volta do cipó de arueira
No lombo de quem mandou dar
Algumas notas rápidas sobre Vandré. Vale lembrar que ele mora solitário em um apartamento no Centro de São Paulo. Aos 86 anos, não atende ninguém. Depois que abandonou os palcos e as gravações, e isto já faz décadas, nunca mais foi o mesmo artista carismático. Há quem diga que ele foi pressionado pelo regime, outros que ele simplesmente ficou meio sem noção mesmo. Louco de todo ele não é. Tem boa memória, deu algumas raras entrevistas. Mas tem momentos em que sai do trilho, como quando diz que sente amor pela aeronáutica. Loucura? Provocação sensata? Não dá para saber.
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