Cia. de Samba Ginga Imperial.

     O show que o produtor e compositor Osvaldo Sargentelli fazia nos anos 70 era sucesso no mundo inteiro. Era chamado de "show de mulatas". Hoje, com os pudores politicamente corretos, utilizar a expressão ficou meio na contramão. Trata-se de uma infelicidade dos anos atuais. Não vejo nada ofensivo na expressão. A Cia. Samba Ginga Imperial tem grupo de bailarinas profissionais e se apresenta em eventos. Muita graça, muita beleza e muio gingado. O formato tem sucesso garantido fora do Brasil. Este vídeo foi gravado na escadaria Selarón, Lapa, Rio de Janeiro.

     Diria o velho Sargentelli: balacobaco no caterefofo, ziriguidum, oi!




     Este cenário leva o nome do artista plástico chileno Jorge Selarón (1947-2013). Radicado no Rio, Selarón foi o responsável pela decoração da escadaria, localizada entre os bairros da Lapa e Santa Teresa.

Billboard Latin Award 2017.

     Duro de roer. Difícil achar alguma coisa que preste no meio de Henrique Iglesias, Nicky Jam, etc.  Não posto o link da lista de premiados porque, sinceramente, quem quiser vá lá e veja. A Billboard tem como parâmetro aspectos como vendagem e sucesso. Qualidade técnica mesmo, música de verdade, fica para trás. Artistas latinos de melhor cepa são ignorados. O jeito é ir direto na graça e na beleza de algumas figuras femininas, como a presença de tocar trompas celestiais de J. Lo e o prêmio "hot" dado a Shakira.




     Jesus Cristo! Clique aqui e veja uma foto de J. Lo no tapete vermelho da premiação. Vale por todo o resto.

Maria Bethânia canta Gonzaguinha.

     A sempre desbundante Biscoito Fino disponibiliza no Youtube várias faixas do DVD Carta de Amor, de Maria Bethânia, gravado em 2012.

      Não Dá mais Pra Segurar (Explode Coração) e O Que É O Que É.

     "...viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei, eu sei, que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita e é bonita!"



Assista mais aqui.

Propaganda. Campanha da Rally Healt.

     Pois é, como diz o professor Paulo Cintura, "yé yé, saúde é o que interessa, o resto não tem pressa". 

     Não entendi muito bem, confesso, as intenções desta tal "Rally Healt". Não sei se é uma ONG, se é uma empresa. Dá para perceber, porém, que ela trata de veicular conceitos sobre saúde. Este filme traz a cantora country LeeAnn Rime e o ator e comediante Anthony Anderson cantando sobre exames preventivos, como a mamografia.




     Já andei lendo por aí cientistas falando sobre a "cancerofobia". Quem procura, acha? Sei lá.

Fotojornalismo. Protestos na Venezuela.

     Na semana passada, grande parte da população da Venezuela resolveu partir para o confronto com o regime de Maduro, dividindo o país, causando saques, mortos e feridos.


Manifestante enfrenta as forças do governo em Caracas, 19 de abril (foto Fernando Llano, AP)

25 de abril. 100 anos de Ella Fitzgerald.

     Detalhes como dicção e timbre fizeram de Ella cantora única não apenas no jazz, mas até os limites do universo conhecido.

     Infelizmente os vídeos do Youtube não têm grande qualidade de áudio, o que é sempre recomendável para ouvir Ella. Mas, anyway, there's ELLA. Apresentação na Bélgica em 1957. Para ouvir glorificando de pé.




Dixieland in Japan. Giichi Oya band.

     Quando Tokyo é New Orleans. Sensacional. Giichi Oya é o Dr. Michael White do Japão. E a clarinetista Tamura Makiko também é destaque. 

 

     Os japoneses, quando querem, fazem chover de baixo para cima. Há de tudo por lá, jazz, salsa, choro, etc. E tudo sempre muito bem tocado.

Porta Curtas disponibiliza documentários sobre futebol

     Há pérolas, como Barbosa, com Antonio Fagundes, um curta sobre o goleiro que tomou o gol do Uruguai na Copa de 1950, no Maracanã, e pagou a cruel e injusta expiação por todo o resto da vida.



Aniversário de Pixinguinha. Dia do choro. E Carinhoso, com Márcio Montarroyos.

     O dia 23 de abril é a data de nascimento do compositor Pixinguinha (Alfredo da Rocha Vianna Filho, 1897-1973) e foi estabelecida como o dia do choro, o gênero essencialmente brasileiro surgido no Rio de Janeiro na virada dos séculos XIX e XX. Há muitos compositores de choro, desde os mais antigos, como Ernesto Nazareth (1863-1934) e Chiquinha Gonzaga (1847-1935), dos tempos da gênese, ou mais recentes, como o bandolinista e pesquisador Jacob do Bandolim (1918-1969) e Radamés Gnattali (1906-1988), já de meados do século XX. Mas, indubitavelmente, o mais conhecido e icônico foi o carioca Pixinguinha. Tão conhecido que suas criações estão, pelo menos para mim, até um pouco desgastadas. Já ouvi muito. É o caso de Carinhoso. Mas cliquem na foto de Pixinguinha e ouçam Carinhoso com o trompetista Márcio Montarroyos (1948-2007). Márcio dá sabor especial à melodia desgastada e arranhada em botecos, festas de aniversário e borogodós afins. Trata-se da abertura de uma novela da Rede Globo dos anos 70 e Márcio toca junto com a Orquestra Som Livre. De todo modo, ninguém consegue fazer isso com uma melodia ruim. Se fez, é porque a melodia tem o toque de gênio de Pixinguinha e nunca morrerá.



     É fundamental ainda acrescentar que alguns choros ganharam letra algum tempo depois de já consagrada a melodia, o que ocorreu também com Carinhoso, cuja letra foi composta por João de Barro, o Braguinha. A maioria das letras inseridas em choro, porém, convém lembrar, não casaram com o espírito da melodia já existente e consagrada. Não é o caso da letra de Braguinha, que é tão charmosinha e gostosa quanto a melodia de Pixinguinha, e agregou com perfeição e sucesso.

Paulinho da Viola e Marisa Monte. Carinhoso com letra.

Tita Parra. Pupila del águila e Arriba quemando el sol.

     A cantora e compositora chilena Violeta Parra faria 100 anos em 2017. Várias iniciativas e homenagens estão projetadas para acontecer no Chile. Conhecida por seu envolvimento com canções de protesto, Violeta criou uma estirpe. Sua filha Isabel e a neta Tita também são cantoras e compositoras.

 

Site do Museo Violeta Parra.

Fundação David Lynch e a meditação transcendental.

     O diretor David Lynch, de Veludo Azul e da série Twin Peaks, desde 2005 leva adiante a David Lynch Foundation, cuja proposta é promover a aplicação da meditação transcendental em várias situações e locais onde o estresse é evidente. Estão incluídas nesta esfera de atuação países pobres, veteranos de guerra, moradores de rua, prisioneiros, etc. Este vídeo mostra a atuação da David Lynch Foundation em uma escola da Jamaica. Coisa de gringo que não tem o que fazer? Não acho não. Meditação funciona, apesar de, pelo menos em princípio, não ser algo prioritário. Quem tem inglês Joel Santana, ative as legendas, em inglês mesmo, mas fica melhor para entender. 




     Não tenho conhecimento de nenhuma atuação de Lynch no Brasil. Sinceramente, Sr. Lynch, a Jamaica, se comparada ao Brasil, é um paraíso. A maioria da população brasileira vive em meio à violência. Dentre as 50 cidades mais violentas do mundo, mais da metade está no Brasil. Mande alguma meditação para cá, Sr. Lynch. Venha ao Rio, onde o pipoco come. Não estou ironizando não. Eu respeito a sua proposta. 

Emanuella Samuel, a comediante nigeriana de 7 anos.

     Interessante isso. Achei por acaso. O canal Mark Angel, da Nigéria, faz sketchs com a menina Emanuella Samuel. São muitas situações curiosas. Este vídeo que eu posto, o mais atual do canal, é sobre mecânicos e um cliente chato. A menina é muito graciosa. 




Festival de Cannes. 17 a 28 de abril.

     A 70ª edição do Festival de Cannes acompanha os novos tempos e apresenta evolução na tecnologia de mídia, como acréscimos de conteúdo no site e transmissões ao vivo. Por outro lado, convém ressaltar que não existem mais os grandes realizadores que marcaram o século XX, como Fellini e Kurosawa, entre os muitos que levaram a Palma de Ouro, como o brasileiro Ancelmo Duarte. Aponto como mancha na história de Cannes apenas o fato de nunca ter dado o prêmio máximo a Ingmar Bergman. Todo prêmio, por mais classudo que seja, sempre deixa algum gênio injustiçado pelo caminho.



     Em 1997, Cannes fez pequena prosopopeia e entregou à filha de Bergman, Linn Ullmann, o prêmio de consolação-consagração. Ele não compareceu. Morreu em 2007.  

     Mesmo que constatada a decadência de qualidade dos tempos atuais, o que não ocorre apenas com o cinema, mas também com a literatura, Cannes e Berlim superam o Oscar. Hoje em dia, qualquer coisa é melhor do que Hollywood. 

Harbin, a brejinha de integração entre os povos.

     Hehe, oba, a brejinha da integração. A cerveja chinesa Harbin promoveu esta campanha nas fronteiras da China, brioco do mundo, como Mongólia, Vietnam, Myanmar e Cazaquistão. Povos próximos, de uma mesma e grande região, parecidos, mas isolados entre si. 




     Não sei se esta cerveja chinesa é boa. Nunca tomei. Não sou muito apreciador de cervejas. E se ela seguir o padrão de qualidade de outros produtos chineses, ..., mas, enfim, não dá para julgar sem tomar. E as cervejas brasileiras também não são lá essas coisas.

Milton Nascimento e Hamilton de Holanda. Bicho Homem (instrumental).

      Lançada esta semana mais esta pérola da Biscoito Fino. 

     Pequenas notas: A canção Bicho Homem foi composta pelos parceiros do  Clube da Esquina, Milton Nascimento e Fernando Brandt (1946-2015), no início dos anos 80, tempo de anistia política do general Figueiredo. O Clube da Esquina foi o movimento da MPB que surgiu em Belo Horizonte e marcou os anos 60 e 70.

     "O meu canto chuta o traseiro do ditador" (Fernando Brandt em Bicho Homem)




     O álbum todo está disponível no Itunes.

Astérix e a Transitálica.

     Anunciado para 19 de outubro o lançamento do novo álbum de Astérix. A aventura Astétix e a Transitálica, como o próprio nome indica, trará os personagens auxiliando os habitantes da Itália extra Roma. Havia em todo o território italiano muita aversão e oposição à tirania romana, o grande mote da criação dos heróis gauleses.



     Criados em 1959, com a ideia original do roteirista Renèe Gosciny e do cartunista Albert Uderzo, os personagens de Astérix já venderam 370 milhões de exemplares em inúmeros idiomas e renderam várias animações e filmes, Com o falecimento de Gosciny, ainda nos anos 70, e a aposentadoria de Uderzo, hoje nonagenário, as histórias passam pelas mãos de Jean-Yves Ferri e Didier Conrad.

Mariana Castello-Branco y Christian Luján | Manzana Azul. Trem das Onze.

     Isso é daquelas coisas que nos enchem de alegria e orgulho. Trem das Onze cantada em outro país latino americano. Pelo que consegui apurar, este vídeo foi gravado em Medellin, Colômbia. Trem das Onze é uma das canções do compositor Adoniran Barbosa, que até hoje leva o rótulo de compositor da alma de São Paulo. Adoniran levou para o samba e para o rádio a fala dos imigrantes e descendentes de italianos, em meio ao crescimento vertiginoso da cidade nos meados do século XX. E Adoniran Barbosa é o pseudônimo de João Rubinatto, que nasceu em Valinhos em 1910, e faleceu em São Paulo em 1982. Christian Luján é colombiano de Medellin e Mariana Castello-Branco é portuguesa. 



     Vale lembrar que Valinhos, quando Adoniran nasceu, não era ainda município e pertencia à minha Campinas. Podemos dizer, de alguma forma, que Adoniran era, sobretudo, campineiro.

     Outro dia, a caminho do fórum de Itaquera, passei lá no Jaçanã. Eita!

Julia, a menininha autista de Vila Sésamo.

     A Vila Sésamo americana (Sesame Street) estreia a personagem Julia, menininha de 4 anos que é autista. E vejam só, Trump cortou os recursos públicos da produtora PBS (Public Broadcasting Service), que produz a Sesame Street, inaugurando nos Estados Unidos a polêmica sobre a validade de recursos públicos para TV. Mas é evidente que nenhuma emissora privada, escrava do mercado, teria a coragem de produzir algo assim. Neste trechinho, Julia contracena com Elmo. O ingênuo Elmo acaba interagindo bem com Julia. Ótima extensão às criações de Jim Henson (1936-1990). 

 

I am Heath Ledger.

     O canal web Spike anuncia o lançamento para maio do documentário I am Heath Ledger, direção de Adrian Buitenhuis e Derik Murray. Com o carisma de um Marlon Brando moderno, o australiano Ledger morreu em 2008, com 29 anos, de overdose acidental por remédios, segundo apurações pericias e policiais.


Fotojornalismo. Faces of the world's extreme poor.

     Fotojornalismo. Trabalho de Renèe Byer, fotógrafa do Sacramento Bee. Renèe venceu o Pulitzer em 2007. Neste trabalho, ela focaliza a pobreza extrema dos que sobrevivem com 1 dólar por dia em várias regiões do mundo. Não sei se pode ser comparada à hipocrisia de Sebastião Salgado. Apenas gostei do trabalho. Apesar de mostrar o que os bem informados já sabem, é bonito. Galeria Sunday Morning.


Menina Aysha, 10 anos, senta, pensativa, no lixão onde recolhe material reciclável para vender, em Accra, Gana, África Ocidental.

Humor rápido. Lillo e Greg.

      Décadas depois de Franco e Ciccio, Totò e Pepino e Fantozzi e Filini, surge na Itália outra dupla de comediantes, Lillo e Greg. 

       Na trincheira: "Não é King Kong, sua anta, são vietcongues".

 

Curta-metragem. Selfie. (atualizado)

     Produzido na Índia. Simples, mas muito bem realizado. Bom roteiro e bons momentos de apreensão e suspense. Mensagem: jamais faça selfies íntimas com aquela maquininha maldita chamada celular. Jamais deixe o arquivo nela! Nunca! Nem que a vaca tussa! 




     Atualização: Se há algum sentido na vida humana, aquele que eu vejo como mais emblemático é a busca pela vida serena, sensata, pela saúde física e mental, pela luta por uma vida mais plena e longeva. Creia-me, o celular é absolutamente prejudicial a isso.

Moda de viola. Vitória da Viola e Lúcia Lyra. Velho Peão.

     Mando essa pra quem gosta de cultura caipira e da beleza autêntica da viola caipira. Vitória da Viola e Lúcia Lyra. Duas muié (mãe e fia) cantano o crássico Velho Peão. 

      ATENÇÃO: isso não é "sertanejo", termo genérico mais atual. Isso é música caipira do Estado de São Paulo. Música caipira paulista. É a raiz. Caipira tem o sentido de interiorano, do campo. A música caipira teve origem no fim do século XIX, na região mais ou menos compreendida pelo triângulo entre as cidades de Piracicaba, Sorocaba e Botucatu.

 

    Lembrando: a mais célebre dupla de moda de viola da história, Tonico e Tinoco, iniciou carreira na cidade de Botucatu.

Moda de viola para o Zè Mayer.

     O ator galã de meia idade das novelas da Rede Globo, José Mayer, que depois de alguns papéis adquiriu o rótulo de macho pegador, foi acusado por uma figurinista de tê-la assediado. Disse barbaridades em pleno estúdio para a moça, que resolveu botar a boca no trombone e escreveu um texto que bombou na internet. Atacado nas redes sociais, o Zé confessou a escorregada feia e a Globo colocou-o no gancho. A partir daí o advogado carioca Thiago Vasconcellos criou a moda de viola "Mexe com abeia mai num mexe cas muié."

 

      O Zé Mayer é galã de meia terceira idade.

     Texto integral da figurinista Su Tonani botando a boca na corneta (epa):

     Su Tonani: José Mayer me assediou.

All Nippon Airways. Matsuri with Kodo.

     Este clipe é um comercial musicalmente muito bem elaborado da ANA, All Nippon Airways. Mostra um Matsuri (festival) com Kodo (performance de tambores). O áudio disso é fantástico. Os japoneses são os melhores do mundo em recursos eletrônicos de som e imagem. A estrela do kodo é o taiko, o tambor maior. São feitos por artesãos tradicionais e demoram meses para ficarem prontos.

 

     Sempre gosto de lembrar porque é uma referência para mim. O compositor Fumyo Hayasaka, que compôs as trilhas para Akira Kurosawa nos anos 50, utilizava-se deste som japonês tradicional e folclórico, com as flautas (shakuhashis) e taikos.

Web rádio Viva o Samba.

     Delícia. O melhor da Música Popular Brasileira.



Um homem de princípios, conto inédito de Rubem Fonseca.

     Texto, publicado no jornal O Globo, faz parte do último livro do autor, 'Calibre 22', que chega às lojas esta semana. Literatura ágil e com parágrafos curtos.