"Flor De Lis" performed by Taylor Thompson

     Então, né, enquanto a musicalidade brasileira come-se a si mesmo em rap antropofágico (ver post abaixo), a música brasileira continua seduzindo no exterior. Vejam aí que bacana. Flor de Lis, de Djavan. Não consegui maiores informações sobre a garota. Imagino que seja americana. Como sempre acontece com intérpretes estrangeiros para música brasileira, o idioma português é um empecilho, mas o sotaque e as escorregadas funcionam mais como charme do que como defeito. E, afinal, ela arremata a apresentação com uma interessante versão em inglês. Já falei de Flor de Lis em outro post tempinho atrás. Não é tão executada lá fora quanto Aquarela do Brasil, Garota de Ipanema ou Tico Tico, mas está chegando perto. 

 

O VERÃO É NOSSO - MARIA LEAL (single verão 2018) OFICIAL

     A Maria Lial' é a grande sensação da esculhambação em Portugal. É a "Beyoncè" das margens do Tejo. A J. Lo lusitana. Já vi muitos artistas assim no Brasil, aquela figura que você não consegue definir até que ponto vai a cara de pau. Mas ela é divertida e rende muita zoação de internautas portugueses.

 

São Paulo. Insamba, o aplicativo roteiro do samba.

     O compositor carioca Vinicius de Moraes, passando por São Paulo numa noite dos anos 60, foi a uma boate assistir o show de bossa de Johnny Alf. Havia muita cacarejação e falatório na plateia, o que irritou o poetinha, que disse, a meia voz: "São Paulo é o túmulo do samba". Um jornalista ouviu, levou isso à imprensa, e a frase ficou perenizada. Mas é injusta. A uma porque Vinicius a proferiu em um momento de bronca, irritado e provavelmente com birita na cachola, o que era comum. É uma frase genérica. Tudo o que generaliza está fora da realidade. E a duas porque São Paulo nunca foi túmulo do samba. Há representatividade do gênero na cidade para dar e vender. Só para começar, a minha escola favorita é a gigante Vai-Vai. E vai daí pra baixo. Há na cidade inúmeras opções de bares e shows. Pode ser até que tenha mais opções do que o Rio. Enfim, digo tudo isso para dizer que dois amigos de São Paulo, posto a necessidade de saber onde estavam as melhores rodas de samba, desenvolveram um aplicativo que mapeia e oferece as informações. Trata-se do Insamba.

Para baixar. Google Play Store. Insamba.

E uma canjinha do samba de São Paulo.O bar Samba, da Vila Madalena.




E também tem este site com informações: 

   

Rádio USP.

     Rádio da Universidade de São Paulo (USP). Para dar o play e deixar rolar. Notícias e MPB.




A greve dos caminhoneiros do Brasil e um clássico do breguismo road music.

     A greve dos caminhoneiros já dura uma semana. A coisa está feia porque a categoria mantém o país nas mãos ao prejudicar o abastecimento de bens de consumo fundamentais. O apoio da opinião pública vai até o ponto em que a situação começa a incomodar. E já está incomodando. O momento é perigoso. Não apoio o peleguismo da situação não. O acordo estabelecido privilegia o setor patronal e vai prejudicar os demais cidadãos. Mas a vida do caminhoneiro é difícil. A do trabalhador autônomo e do empregado, não a do patrão explorador, manipulador e oportunista. O autônomo e o empregado, sem muita visão, acabam servindo de massa de manobra. Bom, vai aí a raiz de um clássico do breguismo road music. João Bandeira. Solidão do Caminhoneiro. Bem ao gosto "polêmico", hehe, deles. Música para ouvir na boleia do truck, cortando a Belém-Brasília.


 

Blues. Rudy Williams.

     Este senhorzinho que trabalhava na rua é Rudy Williams. Era conhecido como "the mayor of Beale Street". A cidade é Memphis, Tennessee. Rudy faleceu em 2011. Como sabem muitos, Memphis, Tennessee, é a cidade que ganhou fama como berço do rock. Também como muita gente sabe, o rock é um rabo do blues. Para o caso, prefiro sempre a origem do que o filho bastardo..



Mujeres del Caos Venezolano

     Achei interessante e trago para cá. O documentário de Margarita Cárdenas, que estreia dia 31, em Barcelona, na Espanha, mostra a vida de cinco mulheres venezuelanas dentro da realidade de conflito que vive o país. É bem difícil, estando longe, ter algum juízo justo do que ocorre na Venezuela. Eu tenho a impressão de que a culpa não é apenas do governo, como diz a imprensa internacional, chancelada pela política externa americana. Penso eu, sem pretensão com a verdade, que há na Venezuela um grande movimento de boicote às políticas públicas de esquerda promovidas pelo governo. A oposição, ou o que restou dela, é dona do capital venezuelano e solapa as intenções do governo no setor de distribuição. 



Jazz. Rhenda Fearrington. My Shining Hour.

     Bom valor atual do jazz, Rhenda Fearrington recebeu o prêmio Philadelphia Jazz Hero 2018 do Journalists Jazz Awards.

 

Nova Music LA, Flor de Lis.

     Bacana. A banda americana Nova Music nasceu no Rio e é da Califórnia. Tem a música brasileira como carro chefe do repertório. Flor de Lis é de Djavan.




     A canção Flor de Lis tem uma historinha. Em 2008 surgiu na internet o boato de que o autor, o compositor alagoano Djavan, havia criado a canção em homenagem à esposa e à filha, que, segundo o boato, haviam morrido no parto. Djavan nega e diz que isso é fantasia. E diz mais, que a canção, apesar de triste, foi construída com um pouco de expiração e que ele não teve a intenção de transmitir tristeza.

Nova Music LA site oficial

Luciana Abreu. Pula Pula. Música uficial' para a sleçaum de Purtugal' e a Copa.

     A cantora portuguesa Luciana Abreu e o clipe uficiale para a Copa do Mundo 2018.

 


Cedric Burnside. Mellow Peaches.

     Blues autêntico, mais puro do que a água dos polos. Gravado no Ground Zero Blues Club, Clarksdale, Mississippi. A canção Mellow Peaches é gravação dos anos 60 de R.L. Burnside, avô de Cedric. 




Renato Sorriso e o grupo Laranjinhas da Comlurb.

     Hoje é o Dia do Gari, assim denominados os varredores de rua das prefeituras do Brasil.

    Depois de ficar famoso na Sapucaí, passando a vassoura e dançando durante os intervalos das escolas, Renato Sorriso hoje é o "garoto propaganda" dos serviços públicos municipais do Rio de Janeiro, especialmente da Comlurb, a companhia de limpeza urbana. Figuraça simpática cujo nome já diz tudo. 



     Só um detalhe a reparar: lá atrás das imagens do vídeo, o famoso santuário da Penha, zona norte do Rio, e a igreja no alto da rocha, a 154 metros. 

Virais quase engraçados. 16.05.2018.

A dona mandou ele comprar dois quilos de coxão mole e quatro gomos de linguiça. 

Casamento com música triste do Naruto. 

Dando papinha para o Jason.
 

O humor de Patrick Chappatte para o The New York Times.

     O multinacional Chappatte nasceu no Paquistão de mãe libanesa e pai suíço e cresceu em Cingapura e Genebra. Mora em Nova York. Este cartum demostra sua última visão sobre o conflito em Gaza. Clique na imagem e veja mais trabalhos dele para o NYT.



Estreia. Documentário O Processo.

     O filme O Processo, documentário de Maria Augusta Ramos abordando o impeachment de Dilma Roussef, estreia quinta-feira, dia 17 de maio. Assunto complicado. Se mostra um lado só, é parcial, se mostra os dois, não toma posição nenhuma. Mas é preciso ver o filme para julgar com mais profundidade. Eu, particularmente, vejo a realidade por dois pontos. Entendo que houve sim, um golpe, uma articulação para desviar o PT do poder, envolvendo imprensa, judiciário e parcela do Congresso. Manipulações, articulações a meia voz que vieram à tona e entendimentos enviesados de conceitos constitucionais tornaram tudo muito evidente. Mas o PT tem seus pecados. Se promovesse à vontade seu projeto, trilharíamos um caminho não muito alvissareiro. O Brasil é grande demais e a capa não serviu. Será isso que o filme mostra?

 

     E eu não tenho dúvidas de que este filme, seja como for, é bem mais validamente ilustrativo do fato histórico do que aquela série fajuta e cheia de mentiras do Zé Padilha.

Fotojornalismo. Conflitos em Gaza.

     Enquanto os Estados Unidos inauguravam embaixada em Jerusalém, protestos irromperam na fronteira com Gaza. A cena mostrada ao mundo é a estranha covardia de sempre, com soldados bem armados enfrentando manifestantes que utilizam pedras e estilingues. Resultado: mais de cinquenta mortos de um lado só. Claro, do lado mais fraco. Ouso dizer que organizações palestinas utilizam manifestantes de peito aberto como fábrica de mártires. Por outro lado, não há como evitar o julgamento de que a responsabilidade pela tragédia é da prepotência do sionismo e da política externa de Trump. Jerusalém não é apenas israelense.


Mulher participa de protestos em Shuja'iyya, fronteira Israel-Gaza. (Ali Jadallah, Anadolu Agency-Getty)

O prêmio da Eurovision 2018.

     Vencedora a "cantora" (?) israelense Netta, com alguma coisa que fala sobre uma galinha. Tem muita gente descendo o pau na premiação, dizendo que foi tudo armado para darem o prêmio para Israel por vários motivos, como, por exemplo, o aniversário do Estado de Israel e o anúncio de que o próximo concurso Eurovision será realizado em Jerusalém. Mas Jerusalém não é Europa e nem é a capital de Israel. Este ano a premiação ocorreu em Portugal, país do vencedor do ano passado, fato que também desperta suspeitas em alguns, que dizem que o vencedor é sempre o representante do país onde será realizada a próxima competição. O vencedor do ano passado, o português Salvador Sobral, é bem contestável, apesar da voz diferente. Tudo isso seria o de menos não fosse essa música da galinha, aí, no mínimo, estranha. Não entendi nada da letra, mas o gestual compromete, hehe. Fala sério. Bem, fato é que os festivais vêm dando exemplo de tentativa de renovação, como ocorreu ano retrasado com Sanremo, onde a vencedora foi uma canção onde havia uma macaca dançando. Renovação zoológica.

 

     Ano que vem, se tudo der certo, concorro em algum festival com minha canção Jacaré Apaixonado.

89 anos de Angela Maria.

     Olhaí que maravilha. Neste vídeo, Elis Regina confessa sua profunda tietagem. A genial pupila já foi embora faz tempo, mas Angela ainda está por aí, cantando. Uma diva gigante da MPB. Está completando 89 anos de idade e 70 de carreira. Saio um pouquinho do meu hábito de postar vídeos atuais. Mas isso é mais do que antigo, é um documento.




Dias das Mães. Dona Maria da Contemporânea.

   Minha mãe tinha um talento: cantar. Era afinadinha mas correu a vida sem sequer ter tentado alguma carreira. Viveu época difícil, cheia de preconceitos, quando mulheres que iam às rádios cantar eram vítimas de falatório. Precisava coragem. Ela não teve. Acho que isso a feria um pouco. Mas cantava na cozinha e nos ônibus de turismo das excursões que costumava frequentar. Acho também que esta é a razão freudiana para que eu sempre dedique atenção especial a cantoras, especialmente quando vejo talento em novas gerações. Só acho. Não sei. Nunca fiz análise, hehe. E vai aí uma gracinha da velha guarda. A simplicidade da dona Maria, da Contemporânea Discos, no Centro de São Paulo, me lembra um pouco minha mãe.

 

Bença Mãe, com Carla Casarim e Clayton Gama.

     Este fim de semana comemoramos o "Dia das Mães". Quem tem, cuida.

     A ótima Carlinha Casarim e a canção Bença Mãe. Apesar de conhecida como sucesso do gênero nordestino, cantada e gravada antes por Luiz Gonzaga e depois por Dominguinhos, Bença Mãe é de autoria do meu conterrâneo campineiro, região sudeste, Bob Nelson, que fez sucesso nos anos 50 com imagem de cowboy e cantando yodel.

     A canção Bença Mãe fala do migrante que sai de casa no sertão e vai para a vida. Claro que não é demais lembrar que Nelson Roberto Perez (1918-2009), o "Bob" Nelson, deixou Campinas ainda jovem e foi lutar na vida e cantar nas rádios em São Paulo e depois Rio de Janeiro. Campinas, interior de São Paulo e próxima da Capital, não tem nada de sertão, mas a inspiração é clara. Linda canção. Simples, curta, direta e pungente. Daquelas coisas infelizmente extintas na MPB. E Carlinha é um encanto com voz de fada. Renova e inova, além de pinçar com esmerado gosto composições do passado. Uma mera gravação caseira, auxiliada pelo talento de Clayton Gama, deixa a gente de queixo caído.
   
 
  

Silibrina nos estúdios de Martin Cohen.

     Som da banda paulistana Silibrina nos estúdios Congahead, em Nova York. A Silibrina tem algo de big band, de Orquestra Tabajara, com molho moderno e pitadas de jazz. Ou o contrário, jazz com pitadas da big band de Severino Araújo. Pois é, temos tendência a ir logo rotulando, mas bom mesmo é abrir os ouvidos sem rótulos. Ouçam aí a Silibrina. Som de prima grandeza viajando e mostrando lá fora a evolução da música instrumental brasileira. 

 

Far Alamo.

     Interessante curta-metragem envolvendo compilação de filmes de western e animação. Clint Eastwoowd, John Wayne, Lee Van Cleef e outros contra besouros alienígenas. Peço vênia para me estender: gosto de westerns clássicos. O gênero está extinto, infelizmente. Já rendeu muita coisa legal. E torço o nariz para as viagens na maionese dos filmes de ficção científica, com raras exceções. Este curta mistura tudo e ficou até legal. 

 

Jorge Luis Pacheco.

     A direita americana relincha. Congressistas americanos de origem cubana enviaram carta ao Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, questionando vistos concedidos a artistas cubanos que virão a Washington, de 8 a 20 de maio, para o Artes de Cuba, do Kennedy Center, casos do jovem e conceituado pianista Jorge Luis Pacheco e da veterana cantora Omara Portuondo.



Kennedy Center. Artes de Cuba.

Maurício Einhorn e Joseval Paes. The Shadows of Your Smile.

     Muito lindo isso. Eles estão fazendo uma temporada de apresentações juntos no Bottle's Bar do Beco das Garrafas, rua Duivivier, 37, Copacabana, Rio.




Cartoonist day.

     O International Cartoonist Day ocorreu ontem, 5 de maio. A data é pouco lembrada no Brasil, mas é bem interessante. Tem origem na publicação, em 5 de maio de 1895, no The New York World, dos quadrinhos de Richard F. Outcault, chamados The Yellow Kid and Mary Jane.

     Há uma historinha interessante. Outcoult levou suas criações para um jornal concorrente, o New York Journal, onde passaram a sair em cores. Mas esqueceu-se de registrar e o jornal antigo continuou a publicar The Yellow Kid desenhado por outro artista. 



Documentário. Léa Freire e Cartas Brasileiras.

     Vai aí um grande projeto de música instrumental brasileira. Projeto Cartas Brasileiras, com origem no disco gravado em 2007. Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Campinas e a música de Léa Freire. O filme é de Von Rabenhorst. Além do pianista mestre Amilton Godoy, que fez parte do lendário Zimbo Trio, noto também a presença do bandolinista Fábio Peron e lembro de Jacob do Bandolim e a suíte Retratos, de Radamés Gnattali. O que Peron faz ainda jovem, Jacob precisou esperar que Radamés lhe desse a peça de presente para realizar o sonho de gravar com uma sinfônica. Enfim, está aí uma das mais avançadas iniciativas de música no Brasil, gestada de dentro do melhor da academia. O filme é de 2016 mas não se trata de coisa válida pela novidade. E está bem atual. Nada depois foi feito que supere.





Episódio 2. 
Episódio 3. 
Episódio 4.
 

Cartooning for Peace.

     O cartunista turco Musa Kart recebeu o prêmio Cartooning for Peace 2018. Clique na charge e acesse a página Cartooning for Peace. 


MALECON SOCIAL CLUB Rodovaldo Suarez & Jesus Cruz Improvisación

     Em 2006, Rodovaldo e Jesus, dois deficientes visuais de Cuba, participaram de um projeto chamado Malecon Social Club, de inspiração evidente no famoso Buena Vista Social Club, do filme de Wenders. Assim como a inspiração famosa, o Malecon Social Club também resultou em um bonito disco.




     Rodovaldo Suarez é figura fácil na porta do bar La Bodeguita del Medio, ponto que faz parte do circuito turístico oficial de La Habana. Quem visita a cidade tem grandes chances de vê-lo por lá.
   

Fotos de William Gottlieb, um dos mais lembrados fotógrafos de jazz.

     William Gottlieb (1917-2006) era novaiorquino do Brooklyn. Especialmente nos anos 40, deixou registros significativos do universo do jazz e suas estrelas. A revista Underscovermusic traz interessante algumas fotos e interessante matéria sobre ele.



Louis Armstrong no Aquarium Club, Nova York, em 1946.