Dicionário Cravo Albin da Música Brasileira.

     Sempre uma referência para o básico.


     Li que vai ganhar uma edição em inglês na segunda semana de janeiro. Dos nove mil verbetes, três mil já foram traduzidos para a língua inglesa, com o apoio de professores da Universidade de Sussex, na Inglaterra, que são apaixonados pela nossa MPB.  
   

Clipe oficial do Vai-Vai 2019. GRCSES Vai-Vai. 81 anos.

     Eu não sou a Leci Brandão, não acompanho todas as escolas e não fico fazendo comentário sobre quem é compadre de quem, quem come quem, quem dá pra quem, quem mora na comunidade não sei de onde. A minha parada é o Vai-Vai e pronto. Mesmo este samba ruim tá valendo.

 

     Resuminho pra quem não manja: "o" Vai-Vai. A escola é assim chamada, pelo artigo "o", porque teve início como um bloco, ou cordão, "o" Saracura, no bairro do Bexiga, região central de São Paulo. Há por ali, hoje completamente canalizado, um córrego chamado Saracura, cujo nome remete a uma espécie de pássaro ribeirinho. Apesar do Bexiga ser reduto famoso da colônia italiana, o Saracura foi criado pela comunidade negra da região. Deixou de ser Saracura e tornou-se Grêmio Recreativo Cultural Social Escola de Samba Vai-Vai em 1º de janeiro de 1930. Está completando 81 anos. O Vai-Vai, ou, pode ser também, "a" Vai-Vai, é a maior campeã do Carnaval de São Paulo, com quinze títulos.
 
     Vale lembrar que o Vai-Vai anda meio esculhambado no aspecto político. Setores disputam o poder na agremiação de forma não muito honrosa. Bate-bocas e acusações estão comuns. Isso prejudica.
    

Abôio - Um Brasileiro do Sertão (Vaqueiro Pedro Coelho)

     ôôôôôôiii, eeeeh booooi...

    Acho bacana isso. O canto do aboiador. O canto do sertão brasileiro de tocar e chamar o gado, cantado em rimas e repentes. Hoje em dia, acho, é mais tradição do que prática efetiva. Mas é manifestação cultural que deve ser mantida. Isso me leva a Euclides da Cunha. Não há, evidentemente, referência direta. é uma associação minha. É que o canto do aboiador vem das caatingas e as caatingas estão em Os Sertões. E há poesia encartada no canto do aboiador. E cantor aboiador tem mais que mandacaru. Mas o vaqueiro Pedro Coelho, de Acopiara, Ceará, é um dos mais originais que eu já vi. 
 


     O que é o sertão? Geograficamente, indicando sem desenhar mapas, mas de forma rudimentar e clara, o sertão são os grotões do Brasil. Há o sertão seco, compreendido pelo norte da Bahia e o sul de quase todos os Estados do Nordeste, vistos com clareza na obra de Euclides da Cunha, ou o norte de Minas e leste de Mato Grosso e Goiás, visto por João Guimarães Rosa. São ambientes distintos, mas todos podem ser chamados de sertão. O sertão é, portanto, uma região imensa, o que faz com que a expressão seja bem genérica. Vale lembrar ainda que o Brasil moderno e cortado por estradas eliminou bastante o sertão conceituado como espaço selvagem e rústico. 
  

"Cuba: Rhythm in Motion" - Changui group, Guantanamo 2006

     Esta semana o governo cubano anunciou que o ritmo changüi, natural de Guantanamo, foi declarado patrimônio nacional. Cuba é o berço de todos os ritmos caribenhos. Este vídeo é meio antigo, mas mostra bem e de forma original o changüi. Confesso que nunca tinha ouvido falar. Fiquei sabendo pelos sites cubanos que acompanho. Então aí está. É envolvente, como todo ritmo caribenho. Tem a percussão estranha, com repiques quebrados, e é um pouquinho mais suave do que os outros ritmos mais conhecidos, como salsa, rumba e chá chá chá.



     Só lembrando. No chá chá chá o maestro Perez Prado ainda criou a paradinha com o "aaaaaaaaaaaaaa... HÚ".

Dia do Forró. E Kalice Lima, Vida de Viajante.

     Escorreguei. Dia 13 passou o Dia do Forró e eu esqueci de mencionar. Mas é melhor atrasar do que omitir. A data tem raiz no nascimento do rei do gênero, Luiz Gonzaga (1912-1989). Mas Luiz, o "Lua", foi bem mais do que o rei do forró. Em seu auge no rádio, era chamado de "Rei do Baião". Tinha pegada geral. Cantava, especialmente, a alma do sertanejo, o coração do Nordeste brasileiro, pobre e seco. E aí eu vou no diferente, que quem é igual é par de vaso. Achei esta menininha, a Kalice, de uma simplicidade linda. Com a parede de pau a pique por trás, ela canta Vida de Viajante. 

 

     E agora o original, para quem quiser. Vida de Viajante é parceria de Luiz com o parceiro habitual, Hervé Cordovil. Gravação com o filho adotivo, Gonzaguinha.



Ingmar Bergman

     Site oficial mantido pela Ingmar Bergman Foundation. Para quem ama cinema, recomendo uma espiada. Há uma página de entrevistas, com legendas em inglês, que eu considero uma oportunidade rara de apreciar as opiniões do mestre sueco, um dos mais interessantes cineastas de todos os tempos. 


Virais quase engraçados. 26.12.2018.

Vendedor de CD dançarino 

Na África até peido de sovaco vira percussão. 

Cara experto
Só curtindo a mulherada. 

Baby Shark Bird. 

Aquele rally noturno de bike que topa com uma vaca puta da vida. 

Um cara muito foda que quebra garrafa na cabeça.
Tenta, pelo menos 

Da série vai dar merda, vai dar merda.
E deu.
 

Cuban Music guaracha Santa Lucia Cuba La Negra Tomasa. Hermanos Perña.

     Só o informe. No ano que vem, que está logo aí, ocorrerão duas grandes comemorações em Cuba, os 60 anos da revolução e os 500 anos da capital, La Hababna. 

    Eu já postei outros vídeos destes dois figuras. Acho sensacional. Ritmo guaracha apenas com o violão. Los Hermanos Peña são de Santa Lucia. La Negra Tomasa é um sucesso do icônico Compay Segundo (1907-2003), estrela do filme de Wenders, Buena Vista Social Club.

 

Doreen. Jingle Bells.

     Natal. Mais uma coisinha que eu achei e que não poderia deixar de postar. Jingle Bells é chata, manjada e cafona? Depende de como é executada. A Doreen é artista de rua e instrumentista de jazz raiz em New Orleans. Aí é show, né, cumpadi. 

 

     Merry Christmas, Charlie Brown. Ok. Fui. Até dia 26.

Winter Wonderland - Wynton Marsalis Quintet with Oni Marsalis

     Olha ti bunitinho. Saiu agora. Wynton e a filha Oni e o Quinteto do Wynton. Winter Wonderland é a canção de espírito natalino composta nos anos 30 por Felix Bernard e gravada por uma penca de gente boa, Sinatra, Elvis Presley, Bing Grosby, Dean Martin e etc. A graciosa Oni tem a faca, o queijo, a escola e o berço nas mãos para crescer como uma cantora de jazz de grande qualidade. Vai aqui, então, o meu Feliz Natal a todos, com esta categoria toda aí. Só volto dia 26. O bostinha do Wynton configurou o vídeo para que ele seja visto apenas no Youtube. Mas vale a pena. Beijundas, meus queridos. 



Jéssica Américo - Marambaia

       Bolsonaro já começa o ano se aproveitando das benesses e confortos do poder.  Passará o Natal na base que a Marinha do Brasil tem na Marambaia. Semana passada compareceu ao lançamento do submarino Riachuelo, na base de Itaguaí. A iniciativa do projeto é antiga e não passou, jamais, por ele, mas, eleito, foi lá fazer onda. Já está atraindo os puxa-sacos. Pobre Brasil. 

      Bem, enfim, a Restinga, ou Ilha da Marambaia, é a última localização da cidade do Rio de Janeiro. Pela visão litorânea, é extremo sul, caminho de quem se dirige para a Ilha Grande e o litoral paulista. Nos pontos cardeais, é extremo oeste, pra lá da Barra e pra lá de Grumari.

       O compositor Henrique Felipe da Costa, o Henricão, era paulista, mas deixou esta belezinha que eu sempre lembro. Interessante e simpática esta interpretação de Jéssica Américo. Ela traz bem definido o ritmo sincopado e quebrado, que é natural da canção.


Wynton Marsalis at Brooks Brothers' Christmas Party 2018

     Marsalis e suas magníficas intervenções de Natal. Estou aguardando ele jogar no Youtube a gravação de Winton Wonderland que fez com a filha, a graciosa menina Oni Marsalis. Já está na porcaria do Face, mas no Youtube ainda não.
 


Brega. Cido dos Teclados.

     Eita! Olha isso. É brega até o talo. É "bregorró", brega + forró. E gravado no churrasquinho da galera. Tem inclusive o chato manguaceiro que quer cantar junto e os suspeitos dançando do lado.  Todo mundo mais pra lá do que pra cá. Maravilha. 



     Dica de pós-graduado a quem interessar possa: um dos truques para encontrar brega no Youtube é inserir a expressão "dos teclados" na janela de procura. É batata que vem coisa boa.

Canal Redentor WebTV. Animações. Santas Histórias.

     A Redentor WebTV, canal Youtube que tem a proposta de divulgar o Santuário do Cristo Redentor, no Rio, lançou esta série de animações com linguagem infanto-juvenil contando a história de santos católicos. Achei bonitinho e bem feitinho, mas não consegui maiores informações sobre a produção, detalhes importantes na divulgação, como o nome do desenhista e do estúdio. Há alguns nomes nos créditos no fim do filme. Veja a história de Giovanni di Pietro di Bernardoni, San Francesco d'Assisi

 

Para quem quiser ver mais:

Santas Histórias. Redentor WebTV.

Bibi Ferreira canta Sinatra

     Li por aí que a Biscoito Fino, melhor e mais acachapante e fodástica gravadora do Brasil, lançará em 2019 o álbum (DVD) Bibi Ferreira Canta Sinatra. A veteraníssima e brilhante atriz e cantora, faz alguns anos, promoveu concorrido espetáculo com o tema. Em setembro, aos 96 anos, Bibi anunciou que estava encerrada a carreira nos palcos.



Manu Chao: EL BOCA RIVER (long version)

     Todo mundo ficou sabendo do quiprocó que foi a tentativa da segunda e última partida da final da Libertadores, em Buenos Aires. A torcida do River agrediu o ônibus do Boca e o jogo, depois de horas do horário marcado, foi cancelado e transferido para Barcelona. Lá, o River venceu. O resultado, de certa forma, foi injusto porque o agressor acabou privilegiado. Bateu, agrediu e, em vez de ser punido, saiu campeão. Bem, aí o River foi a Dubai para o mundial e... eeeeee... sentou no salame. Pagou mico. Perdeu a semifinal para um time árabe que entrou no Mundial de Clubes por convite. Ehehehehe. "Se fodió", como diria uma professora argentina da Unicamp. Bem feito. Bueno, soy bostero, soy incha de Boca. Me gustó que el equipo de River llevó un salame en el culo.

     O simpático compositor franco-espanhol, acho que é isso, Manu Chao, compôs esta canção para a paz no futebol de Buenos Aires.

 

     Em São Paulo também temos problemas sérios.

    No Rio de Janeiro, antigamente, o Maracanã era um espetáculo de paz e bom humor. Hoje em dia, reformado e desfigurado, ficou perigoso.

Francine Belle - Beautiful Heights

     A linda Francine Bell tem pais nigerianos, nasceu em Paris e cresceu em Londres. Beautiful Heights é, segundo li, sua primeira canção, o primeiro álbum. Ok, minha praia , a priori, é a MPB, latin music e jazz, nesta ordem, mas vejo de tudo. Em Francine vi beleza exuberante. Na pegada sexy, deixa as americanas empoderadas Rihanna e Beyoncè no chinelão Topper (aqueles de boleiro, tenho dois pares). Mas, enfim, há mais do que isso? A música de Francine tem valor? Veja você mesmo e dê seu pitaco. Ui!


Dois assuntos em um post só. Olodum 40 anos. Brasil fica fora do Oscar.

     Vou emendar dois assuntos com um post só. O título, ali em cima, parece meio doido, mas uma coisa tem a ver com a outra, pelo menos aqui, no meu contexto. Esta semana o grupo de percussão Olodum, de Salvador, Bahia, completa 40 anos. Apresentações estão agendadas para comemoração. Este vídeo amador, com imagens e áudio mais pra jacaré do que pra lagartixa, foi gravado nas escadarias da Igreja de Santa Bárbara. E aí eu emendo o assunto nº 2. Foi neste cenário que, em 1962, Ancelmo Duarte filmou O Pagador de Promessas, que faturou a Palma de Ouro em Cannes, ainda o maior prêmio do cinema brasileiro. Pois bem, foi anunciado hoje que o filme de Cacá Diegues, com o bonito tema de O Grande Circo Místico, ficou fora do Oscar. Não vi o filme, não sei o que Cacá Diegues fez com o assunto, só sei que demorou pra chuchu para o trabalho ficar pronto. O musical de Chico Buarque e Edu Lobo, feito nos anos 80 para o Balé Guaíra, de Curitiba, inspirado no poema de Jorge de Lima, é um clássico. É isso aí. Que salada, hem? Olodum, escadas da igreja de Santa Bárbara, em Salvador, que deram brilho a nossa Palma de Ouro, e o Brasil fora do Oscar. E fora novamente. Faz vinte anos que o Brasil não participa da festa de Hollywood.

 

     Barba e cabelo pra quem quiser. No filme O Pagador de Promessas, de Ancelmo Duarte, baseado em peça de Dias Gomes, Leonardo Vilar é Zé do Burro, o ingênuo camponês que quer pagar a promessa pela cura do seu burro, entrar com a cruz na igreja, mas é rejeitado pelo padre, que não aceita o sincretismo religioso da promessa feita a Iansã (Santa Bárbara). A peça é uma obra-prima e o filme não fica atrás. Veja aí um trechinho, se quiser. Escadarias da Igreja de Santa Bárbara, Salvador, Bahia. Palme D'or, Cannes, 1962.

India - Dimelo Unplugged Studio

     A portoriquenha (boricua) Linda Viera Caballero, la India, "la princesa de la salsa".






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Virais quase engraçados. 17.12.2018.

Junior querendo comer banana.

Deixou os cachorros tomando conta da chácara. 

Motoqueiro entre cachorros. Aaaai ai aii...

Ideia bacana que nem sempre dá certo.
Casamento na praia.
 

6º Festival de Música Contemporânea Brasileira. Selecionados.

     Campinas. O 6º Festival de Música Contemporânea Brasileira (FMCB), que tem como homenageados Ernani Aguiar e Guinga, acaba de divulgar os trabalhos selecionados entre as propostas enviadas por diversos profissionais da música de todo o país. 

      Ao todo foram enviadas 48 propostas para apresentações artísticas e comunicações orais e destas 13 foram selecionadas e serão apresentadas durante o evento que ocorre de 26 a 30 de março, em Campinas. 

      Clique no link e conheça os selecionados!




Brega. Borgim Leal Official.

     Friday whit lovely brega song.

 

NCSFest

     Isso está muito longe do Brasil, mas como é um assunto que eu gosto e acompanho, fica aí o registro. O National Cartunist Society prepara para maio a sua NCSFest, International Art Comics Festival, em Huntignton Beach, Califórnia. Aguardo para acompanhar pela rede e verificar o que rolará de forma efetiva. 



Nem Sangue Nem Areia 2019. Porco no rolete.

     Oba! A Vila Industrial pede passagem para o Carnaval 2019. Porco no rolete do bloco Nem Sangue Nem Areia, domingo, bar do Seo Cuba. Saudade do amigo Helder. O amigo Helder Bittencourt Peruche resgatou em 2008 o bloquinho que surgiu nos anos 1940 e que estava engavetado desde os anos 1970. O boneco estilo Olinda, de camisa rosa, que surge nestas imagens do ano passado, é uma representação dele.



Facebook do Seo Cuba.

    Eu e o Helder fomos funcionários no extinto Banco do Estado de São Paulo SA, orgulho paulista destruído por politicagem tucana da pior espécie. Ele pediu as contas no banco muito antes de mim, já alimentando o sonho de ser artista. E tínhamos também, e especialmente, a mesma raiz campineira, o bairro da Vila Industrial. Helder nos deixou prematuramente em 2014.

     "Alegria é coisa séria." (Helder Bittencourt Peruche). É, a gente vai tentando, Helder.
   

2º Concurso Nacional de Ukulele. Wesdley Vasconcelos - Todo cearense fala cantando.

     Dei uma passeada pelo site do 2º Concurso Nacional de Ukulele. O que pude observar com clareza é a ausência de adaptações do instrumento à sonoridade brasileira. A maioria cumpre o mesmo padrão que vem do Havaí. Houve até quem mandasse um Somewhere Over The Raimbow no estilo de Israel Kamakawiwo. Wesdley Vasconcelos, de forma rara para o evento, trouxe o ukulele mais para o Brasil. Achei bacana por tudo o que vi. Se eu fosse jurado, meu voto seria para ele.  




2º Concurso Nacional de Ukulele.

Conexão Samba Rio-Manaus.

     O “Conexão Samba Rio-Manaus” nasceu em 2016, idealizado por Flávio Pascarelli e Paulo Onça. A intenção do projeto, como claramente se percebe, é a integração do Rio com a Amazônia através do samba. Neste clipe, gravado em março no pier da Barra da Tijuca, Rio, temos o samba Convite. Intérprete, Juninho Lins. Compositores: Flávio Pascarelli e Paulo Onça. Não sei o nome da morena bonita. O projeto rola até hoje. Esta semana tem Joyce Cândido no Teatro Amazonas, Manaus. 



     Existe uma realidade inquestionável, a de que o samba tem mais força no Rio e em São Paulo. O que não quer dizer que o samba não exista no resto do Brasil. Conheço gente boa no Rio Grande do Sul, por exemplo, como o amigo Carlinhos Presidente, e fica aqui a dica para uma futura Conexão Samba Rio-Porto Alegre, ou Samba São Paulo-Curitiba, e por aí vai. Why not?
  

O Rio de Clarice.

     O livro de Tereza Montero foi lançado em setembro. Saboroso passeio pela cidade e pelos pontos onde a escritora Clarice Lispector viveu, como a infância e a juventude na Tijuca e a fase adulta no Leme. Encontrei este arquivo do Google. Acho que não contém a obra toda mas é uma boa canja. Não sei se é legal. Eu dei uma espiada. Não resisti. Quem quiser, aventure-se.



E por estes dias Clarice está naquela capinha do Google, que tem um nome que eu não lembro.
 

Virais quase engraçados. 10.12.2018.

Vídeo instrutivo. Cães e galinhas de borracha. 

Vai dar merda. Vai dar merda. Vai dar merda.
E deu. 

Ladrão não devolve dinheiro. 

Olha a Portela aí geeeeeeente. 

Índia. Choque com boi sagrado.
 

Jingle Bells. Wynton Marsalis e Oni Marsalis.

     Clipe do ano passado, mas descobri agora e achei muito bacaninha. A garota Oni Marsalis canta Jingle Bells com o pai, o consagrado trompetista Wynton Marsalis. Jingle Bells é cafona e manjada. Em vista disso, agrada nos Estados Unidos. Mas, de vez em quando, surgem algumas interpretações que fogem à tradição. Esta é uma delas. 

 

Marchinha Lança Cuba.

     Vai aí a marchinha de carnaval antiga cantada pelo deficiente visual Jair Barbosa. Picaresca, nada ofensiva, mas é daquelas que a turba politicamente correta da atualidade pega no pé. Lança Cuba.

 
   

Brega. Carlos Sotnas. Princesa da minha rua (clipe oficial)

      Sexta-feira é dia de brega, el gênero más caliente de la MPB.

 

     Eu sou pós-graduado em bregologia aplicada mas ainda não consegui, em todas as minhas pesquisas, explicar porque os cantores usam óculos de sol na sombra. 
  

Brenda Asnicar como Gilda.

     Vamos viajar pela Américan Latina. Achei isso interessante. Este vídeo lançado hoje mostra a atriz e cantora argentina Brenda Asnicar como Gilda. Brenda viverá em uma série a idolatrada cantora argentina de cumbias que faleceu prematuramente em 1996 em um acidente automobilístico. Dizem que Gilda, cujo nome real era Miriam Alejandra Bianchi, faz até milagres.



     A cumbia é um ritmo comum em países andinos como Peru e Bolívia.

     Para quem quiser, um clipe original de Gilda.

     Gilda. Fuiste.

Romero, o melhor marido do mundo.

     Um pouquinho de patacoada. Adoro uma patacoada que eu não sou de ferro. O Romero Bastos Quirino é um empresário de Campo Grande que começou a fazer vídeos sem compromisso, onde desempenha o papel de marido submisso que a mulher, a temida Rose, não deixa ir pescar. Acabou viral. É bem engraçado. 



E aqui o canal do Romerão.

Romero Bastos Humorista.

Piano, Voz e Jobim: Augusto Martins no Todas as Bossas.

     Cinquenta minutos de MPB de primeiríssima qualidade. Das melhores coisas que eu vi nos últimos tempos. Sem embargo das boas imagens, o importante é o áudio. Programa Todas as Bossas, da TV Brasil. O magnífico cantor Augusto Martins acompanhado do piano de Paulo Malagutti e com participações de Marcel Powell, Fátima Guedes, Claudio Jorge e Joyce Moreno. Espetáculo Piano, Voz e Jobim. É esta a vantagem de ter uma TV pública. Você não verá, veria ou viu algo assim nas literais TVs. privadas. 



Websérie Fique à Vontade, de Rogério Caetano.

     O violão de sete cordas está na alma da melhor escola de Música Popular Brasileira. É dele o "dumdumdumdum", em contraponto, que faz toda a diferença. Ao seu modo, ele faz as vezes do baixo e seu som pode ser chamado de "baixaria". O sete cordas serve, se bem utilizado, ao acompanhamento de todos os estilos, mas especialmente ao samba e ao choro. Com ele no cenário, é possível retirar surdos e repiques, deixando a harmonia e o ritmo mais delicados, mantendo e agregando beleza. Há na história do violão sete cordas nomes de brilho intenso, como Dino 7 Cordas, parceiro de muitos compositores e de Jacob do Bandolim. Rogério Caetano é um bom nome atual e faz esta websérie no Youtube que vale uma conferida. Neste vídeo ele vem com o cavaquinho de Luciana Rabello e a voz de Amelia Rabello. Aperto de Mão, da década de 40, um dos primeiros sucessos da paulista Isaurinha Garcia, é uma parceria de Dino Sete Cordas, Augusto Mesquita e Jaime Florence, o Meira. 

Argentina. O humor político de Daniel Paz.

     Só lembrando que a Argentina tem uma escola incrível de cartunistas. Há figuras que marcaram o nome na história, como o rosarino Roberto Fontanarrosa, o "el negro", que, além de cartunista afinado, era escritor talentoso e amava futebol, especialmente o time do Rosário Central, e ainda Quino, Mordillo e outros. O Bonaerense Daniel Paz honra esta escola. É bom. Clique na piada abaixo e veja mais no blog dele. 



In Arte Gibilterra . Cornice.

     Este clipe poderia ter o título "il culo di Napoli". Ehehehe. Mas tem outro nome, e também exótico, para brasileiros, pelo menos. O clipe é intitulado Cornice. É do cantor Gian Marco Massari e faz parte de um projeto chamado In Arte Gibilterra. Achei bacana, especialmente pelas imagens da cidade de Nápoles.  

 

     Algumas palavras sobre Nápoles. É a minha cidade favorita na Itália. A mais quente, mais pobre e mais charmosa entre as grandes. Terra de Polichinelo, de museus, sítios arquelógicos, gastronomia, praias. Há problemas, como clãs de crime organizado, mas para entrar em conflito com eles e correr perigo é preciso enveredar pelos caminhos por onde eles andam. Pessoas comuns e turistas tranquilos, que não procuram encrenca, não entram em contato. Nápoles tem algo de Rio, litorânea, bonita, quente a maior parte do ano e cheia de espírito. Da minha árvore genealógica cem por cento itálica tenho uma avó partenopea (napolitana).

     E há preconceito da região norte do país com napolitanos. Como todo preconceito, é um pensamento injusto. A Itália, apesar da história milenar, é recente como nação. surgiu no fim do século XIX, com a unificação de Garibaldi. Sectarismos e separatismos entre regiões ainda existem até hoje.

     Uma última lembrancinha: a esposa de Dom Pedro II, a Imperatriz Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias, era napolitana, filha de Francisco I, rei das Duas Sicílias. Casamento arranjado. Dizem que não era bonita, mas uma mulher de fibra e classe. 
   

Virais quase engraçados. 03.12.218.

Ai, ai, ai, quem foi o filhodaputa que fez isso? 

Faxina com música. 

Falta de respeito com o espaço dos outros. 

Disney. Trailer de O Rei Leão. 

Torneira tira sono.

Vai, Careca! Esse sabe tudo.
 

La vuelta del Brega. Dudu Belém. Sim ou Não.

     Tempos atrás eu pesquisava e postava canções e artistas bregas. O crème de la crème. "Modélstia a parte", sou pós-graduado no assunto. Depois cansei um pouco e dei um tempo. Mas agora deu saudade e volto ao tema. Quem gosta de um bom brega não fica distante por muito tempo. 

 

Luíza Britto. Rio, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli

    Mando isso como uma homenagem minha à cidade e ao Estado do Rio de Janeiro, vítimas de politicalhas infames. Hoje o governador do Rio entrou em cana por maracutaias. Meu Deus, o segundo governador, não, péra, o terceiro governador a entrar em cana, rapá. Justa ou não a prisão, a situação é incômoda. A cidade não merece.

    A bonita Luíza Britto é baiana, sim, baiana, soteropolitana de Salvador. Afinadíssima. Sou do tipo e do tempo que ainda valoriza afinação. Fiquei encantado. O violão que acompanha Luíza é de Jana Vasconcelos. Rio, de Bôscoli e Menescal, pode ser muito Zona Sul, mimimi de bossa nova que não encanta a todos, mas eu gosto e não se pode negar que o espírito da cidade está nesta canção imortal. Pois é, saudade do Rio que sorria de tudo.

 

     Pra quem sabe, isso é dispensável, mas tem quem não sabe e então é o seguinte: a chamada Zona Sul do Rio é a parte da cidade próxima à orla, que vai do Leme-Copacabana até o fim do Leblon, com as extensões mais atuais até São Conrado. É a região que tem a paisagem por onde a cidade é mais conhecida. Mas não é nem a metade dela. 

1ª Festival de Samba de Campinas.

     Minha cidade, Campinas, é grande, segunda população eleitoral de São Paulo, polo científico e econômico com velocidade e tamanho maiores do que muitas capitais do país. Mas, devido, acho, à proximidade com a capital de seu próprio Estado, a gigante cosmopolita São Paulo, Campinas nunca teve experiências culturais muito significativas. A noite e a boemia sempre foram sonsas, mais para fracas do que para efervescentes. Vale, então, e bastante, difundir esta iniciativa, que é bacana. Foram anunciados os finalistas. Não conheço o padrão. Se der, vou conferir. Dia 4 de dezembro no Tonico's Boteco, em frente à estátua do Carlos Gomes, o "Tonico de Campinas".



Trio Gato com Fome Mudo.

     O trio Gato com Fome, ilustre representante do samba paulista, fez este vídeo comédia faz alguns meses. Vale lembrar que o fundo musical é a conhecida Na Cadência do Samba (Que Bonito É), com a Orquestra de Waldir Calmon, famosa como trilha sonora dos antigos e fantásticos filmes do Canal 100, de Carlos Niemeyer, com a velocidade um pouquinho alterada para a frente. Diria meu tio que gosta de fazer churrasco: rachei o bico de dar risada.



     E veja o site oficial deles com informações sobre o trabalho mais ou menos sério que eles realizam. Samba paulista de primeira. Gafieira, breque, etc. Lindão.

Trio Gato dom Fome.

     Ok, quem faz barba, faz cabelo, unha e calcanhar. Vai aí Na Cadência do Samba em velocidade original. Orquestra de Waldir Calmon.



Apresentação do Vai-Vai no feriado do Dia da Consciência Negra.

     São Paulo. Saint Paul de mon petite coeur, como diria Lord Didu Morumbi. Ok, não gosto que falem mal de São Paulo com estereótipos. Uma das maiores besteiras que disse Vinícius de Moraes, e todo gênio de talento também diz besteiras, foi aquela que ficou registrada para a posteridade, a de que "São Paulo é o túmulo do samba".

     Vejam aí a energia da Bateria Pegada de Macaco, Escola de Samba Vai-Vai, na avenida Paulista, centro financeiro, bem em frente ao MASP, Museu de Arte de São Paulo. O show de percussão e ritmo vai além do trivial. Um detalhe a ser notado: a farra do morador de rua, nome politicamente correto pra mendigo, perto do pilar vermelho do MASP, no fundo das imagens. E também tem o rapaz com a caixa de isopor nos 4 minutos do vídeo. Leva uma carraspana de um membro da Escola mas não desiste e fica por ali. Enfim, o Vai-Vai, antigo bloco do Saracura, é show por onde passa.



     Pués entonces, abri o assunto, vou fechar. Vale lembrar que o poetinha carioca proferiu a baboseira durante uma apresentação de Johnny Alf, lá pelos anos 60, em um clube noturno de Sampa, onde a plateia falava e cacarejava. Irritado com o desrespeito ao profissional da música, um dos maiores da bossa nova, e, claro, já mais pra lá do que pra cá, Vinícius disse a batatada, que foi ouvida por um jornalista, que a espalhou. Vinícius generalizou um estereótipo esquecendo-se de que chato tem em todo lugar. O Rio de Janeiro está cheio. 

     E um estereótipo atual que anda na moda é dizer que São Paulo é "terra de fascistas". Bobagem. Estereótipo bunda mole. São Paulo é o berço do PT e tem grandes e fundamentais lideranças de esquerda. E fascista chato tem em todo lugar.
  

Candice Hoyes. Loving You.

     Candice Hoyes. Talentosa e bonita. Tenho ela no meu rol de amigos do Facebook. É das poucas que eu sigo por lá devido o desprezo e a irritação que eu tenho pela interatividade da ferramenta, que nos coloca frente a frente com duas ou três almas interessantes e uma horda de imbecis. Ser um enjoadão cultural é um dos meus poucos pecados. Fazer o que. Tenho a humildade de reconhecer minhas deficiências, não sou nenhuma sumidade de Harvard, não sou maestro, não leio filosofia em alemão ou grego e não sei francês, mas não gosto de redes sociais. Jesus Cristo. I'm Sorry. Prefiro sempre o meu blog, onde sou lido por dois ou três, do que ferramentas onde sou mal julgado por muitos. Detesto aquilo. Mas, enfim, vamos ao que interessa. Candice Hoyes tem origens jamaicanas e é novaiorquina. É cantora e pesquisadora. Canta sobretudo jazz mas tem voz de soprano. Vai aí com Loving You, o sucesso de Minnie Riperton dos anos 70.

 

Previa de la 12 en Mar del Plata. Fiesta a lo BOCA.

     Isto não é o grupo baiano Timbalada, esto es la "Bocalada".

 

     Sou brasileiro mas nutro uma grande simpatia pelo Boca. O clima está pesado em Buenos Aires devido as agressões de sábado. Um vexame. Mas o Boca vai faturar esta Libertadores. 
     

Virais quase engraçados. 26.11.218.

Olha a escada, Osvaldo. 

Sabe tudo de como pilotar um off road. 

Tem gente que não entende nada de arte. 

O que será que ele fez?
Mexeu com uma mexeu com todas 

Passando por dentro do anel de fumaça.
    

Qué será de ti? IKIRA BARÚ

     Eu já tinha postado ela faz tempo. Isso tem uns cinco anos. Mas como vou sempre limpando o histórico do blog de tempos em tempos, acabei deletando, mas sou fã e vai aí de novo para registro. A chica gracinha da Colômbia, Ikira Barú. Mas, sei lá, rapá, a mina sumiu. PUF. Deixou saudade em um séquito de admiradores. Ela lançou este projeto para interpretar canções latinas antigas y después desapareciò del mapa. A última notícia que tive dela é que andava pela Alemanha. Será? Bueno, neste clipe bonitinho (ui) ela canta Como Vai Você, do brasileiro Antônio Marcos, em versão para o espanhol. Ikira Barú, la princesita de Barranquilla. Sou fã. Maix quem não é?

 

Victinho Maia e o forró no cenário de Brasília.

     Eita! Ontem o assunto foi o forró. Hoje, volto a ele porque encontrei este vídeo simpático. O professor de dança Victinho, de Brasília, faz a sua promoção dançando no cenário Oscar Niemeyer do Distrito Federal. O ritmo do Nordeste brilhando sob o céu azul e seco do Planalto Central.

 

Forró pé de serra com o sanfoneiro João véio doido

     Quando quero algo original, vou fundo e procuro as raízes. Existem muitos grupos que fazem o chamado "forró pé de serra", o estilo de forró que vem do sertão do Nordeste, o forró original. Mas são profissionais do showbiz que atraem garotada universitária. Ruim não são, mas não são originais. A raiz é feita de um sanfoneiro, a zabumba, o pandeiro e o triângulo. João véio doido traz a originalidade mais pura que se pode encontrar. Neste vídeo ele vem somente com o panderista. Apesar da simplicidade, é um instrumentista habilidoso. Não sei de onde é o João véio doido. Procurei informações e não consegui. Certo é que vem de algum lugarejo do sertão, o coração quente e árido do Brasil. 

 

Fotos. A vida de Stan Lee em imagens.

     O grande talento dos quadrinhos morreu dia 12 de novembro.


MetrôRio: Making of Sound Branding - Tema MetrôRio

     Isso já tem seis anos. E aí o negócio é o seguinte, quem mora no Rio e usa o Metrô, diz que já não aguenta mais esta "musiquinha", que faz parte da rotina do sistema de som. Afirmam que é daquelas grudentas, que penetram na cachola e ficam o dia inteiro. Precisa assobiar Tico-Tico no Fubá meia hora para ver se sai. Mas aí o negócio é o seguinte, a "musiquinha" executada pelo trombone de Vittor Santos é simpática e vale a pena ser mostrada para quem nunca a ouviu. A melodia é ótima e o arranjo é gostoso. Toda melodia exaustivamente executada acaba cansando. Já imaginou ficar ouvindo Take Five, do Dave Brubeck, todo dia, o dia inteiro? E aí o negócio é o seguinte, né, quem já está de saco cheio da musiquinha, veja aí quem a executa e como foi gravada e pare de encher o saco. 

 

     Socorro. Tô com a musiquinha grudada na cachola. Cuidado aí, leitor.

Erika Januza, Vai-Vai.

     São Paulo. No último domingo a atriz Erika Januza foi nomeada musa do Vai-Vai. Ui! 

O samba não levanta mais poeira
asfalto hoje cobriu nosso chão 
lembranças eu tenho da Saracura
saudade tenho do nosso cordão
Bexiga hoje é só arranha-céu
e não se vê mais a luz da lua
mas o Vai-Vai está firme no pedaço
É tradição e o samba continua
Quem nunca viu o samba amanhecer 
vai no Bexiga pra ver, vai no Bexiga pra ver 
(Tradição, Geraldo Filme)



Todo Mundo É Feio - Renato Baccarat

     De perto todo mundo é feio. FOOON. 

     É verdade mesmo.  É por isso que eu não sou narcisista. Só faltava. Ehehehe. Bom, o trabalho  desses dois é divertido e interessante. Renato Baccarat (guitarra e voz) e Pascal Rousseau (tuba).



Hand Draw Film.

    O Handdrawfilm é um site com documentário que fala da persistência de determinados artistas  de animações para manter o traço manual. É sabido que especialmente o universo das animações tem sido invadido por telas eletrônicas e softwares que praticamente eliminam a arte do traço. É tudo eletrônico. Já notei isso faz tempo e costumo rejeitar animações que não possuam, pelo menos, um bom roteiro. Para o meu caso, afeito aos cartuns, charges e tirinhas, sou do tempo do nanquim e das mesas de luz. Ainda não me acostumei à era eletrônica. Tenho uma pequena mesa digitalizadora Wacom engavetada. Quando pego, tento, tento, tento e desisto. Esta é uma das razões para que eu enrole a publicação de cartuns e charges por aqui, um projeto antigo. Preciso insistir já que as mesinhas eletrônicas facilitam sim o trabalho. O problema é adaptar-se. É como aquele garoto que joga bola descalço e depois tem de adaptar-se à chuteira, extensor, faixa e meia. Fica tudo diferente. Para o caso das animações, os sofisticados recursos da eletrônica tiram a alma da arte. Abaixo, o trailer do documentário. Agendei para dar uma boa analisada nisso tudo. 




Handdrawfilm.com

Virais quase engraçados. 19.11.2018.

Semana fraquinha.

Gente, pero que se pasa? 

Atiçou a morena mas deu ruim. 

Passeio.
 

Cubanisimo, Soy Cubano

     Parabéns aos 499 anos de La Habana, completados na semana que passou. Há o registro da fundação no dia 16 de novembro de 1519 pelo navegador espanhol Diego Velázquez de Cuéllar. 

    Pois é, quando postamos algo sobre Cuba são normais os julgamentos rápidos: ih, esse aí é comunista. Não é nada disso. Este post vai além de ideologias.O que eu gosto mesmo é do ritmo e do balanço, que começaram muito antes de Fidel. A minha salsa não tem farda. Cuba é o berço de todos os ritmos caribenhos. Gosto de Célia Cruz, de Benny Moré, etc, artistas anteriores à "rebolución". E lembremos que Célia foi banida como inimiga do regime e nunca mais pode voltar. Fidel foi cruel. Bom, verdade mesmo é que sou ambíguo e mal resolvido ideologicamente. Vejo com restrições todo aquele que escolhe firmemente um lado do maniqueismo direita-esquerda. Não nego que tenho simpatia pela cidade de La Habana, que é tranquila e segura. Está defasada, parou no tempo, mas mesmo isso pode ser encarado como virtude. Cair de boca no progresso não anda parecendo boa opção. Sob este sentido, Havana pode valer-se de seu próprio "atraso". Polui pouco, ou quase nada. Não há montanhas de garrafas pet e canudinhos plásticos, por exemplo, pragas antiecológicas que assolam o mundo, digamos, "desenvolvido". Além desta vantagem, há charme em viver algo que nos leva ao passado, a carros antigos, a ruas tranquilas onde passa o padeiro gritando: panedeeeeeroo... , o atendimento médico é bom e gratuito, a comida é restrita ao que tem para hoje mas nunca falta e o mar está logo ali. Mais para quê?  La Habana não é o paraíso que alguns querem que seja e nem o inferno que outros pensam que é. Se eu for listar todos os prós e contras, vai faltar espaço. Então paro por aqui. Resumi bem meu sentimento pela ilha. Vejam aí o balanço de César y sus Cubanísimos e a beleza de las chicas de La Habana. 




     Necrológio:

    E falando em Cuba, vamos dar uma nota de falecimento: faleceu dia 7 de novembro, em Santiago de Cuba, aos 79 anos, o músico Félix Valera Miranda, líder e fundador de uma das mais autênticas bandas de música cubana, a Família Valera Miranda.

Samba no violão com Fábio Lopes

     A habilidade de Fabio Lopes transforma o violão em bateria. Fábio é de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, e é músico profissional que se apresenta em bares e eventos. Esta sonoridade balançada no violão lembra outra fera, o compositor João Bosco. Mas João Bosco não faz batucada.
 


Vencedora do Grand Piano Competition 2018. Alexandra Dovgan.

     Isto assusta. A menina russa Alexandra Dovgan tem apenas 10 anos. Eu, com dez anos, só jogava bola e assistia desenhos na TV. Estudava as matérias da escola para passar de ano e olhe lá. E passar raspando a linha divisória do gramado era comum. 
 


Min e as maozinhas

     Primeira série de animações em linguagem de libras, de Paulo Henrique Rodrigues, conta as aventuras de Min, menina com deficiência auditiva. Tecnicamente bem produzida, simpática e educativa.

 

Veja mais:

Min e as Mãozinhas. Canal Youtube.

Império Serrano 2019. O Que é o que é (Gonzaguinha).

     Mais um samba para 2019 que merece ser mostrado pelo ineditismo da Império Serrano. A escola resolveu levar para a Sapucaí um sucesso de Gonzaguinha de 1982, O que é o que é. Ficou bonito. E, claro, sem os clichês comuns. A iniciativa leva a certas discussões. Estaria havendo problemas para as escolas conseguirem compositores interessantes? Por isso apelam para algo já antigo e consagrado? Ou isso será, doravante, uma tendência que pode dar certo? Eu gostei. Por mim, beleza. A maioria dos sambas novos são chatos. Gonzaguinha levemente alterado para ritmo de desfile fica energético. E a beleza da letra não se apaga. É a vida, é bonita, e é bonita. Por que não reler e resgatar uma beleza antiga?



Viverei, Ana Cañas (Clipe Oficial)

     A paulista Ana Cañas lançou esta semana o álbum TODXS. Mas não é disso que eu quero falar agora. O álbum está na página dela no Youtube. Quem quiser, vai lá e ouça. Só áudio. Mas eu gostei deste clipe com a música Viverei. Ela pega em cima o momento político pelo qual o Brasil passa, com guinada à direita, avanço de sentimentos egoístas e desprezo por valores de bem social. A letra é bonita. Passa pela minha cabeça uma curiosidade. O espírito desta canção lembra os tempos das canções de protesto, tipo da composição que seria censurada nos anos de ditadura, que Ana não conheceu. Eu era criança durante os anos de chumbo, mas lembro das censuras e das prisões. Bonita a canção de Ana Cañas. 

 

     A esquerda, durante a ditadura, carregava discurso parecido com este, da canção de Cañas. Com o fim do regime de exceção, a esquerda ganhou o poder democraticamente. As políticas sociais ganharam fôlego. Mas hoje assistimos um retrocesso. O eleitorado, cansado, mudou o rumo das coisas. Há os que dizem que houve erros da esquerda. Será? Não será?

Monarco - Aurora Da Minha Vida (Clipe Oficial)

     Hildmar Diniz, o Monarco, velha guarda da Portela, um dos últimos representantes ainda vivos da grande escola do samba carioca. Merece todo respeito, admiração e divulgação. Clipe gravado na ilha de Paquetá, que, para quem não sabe, fica bem no meio da Baía de Guanabara. Lugarzinho ainda bucólico e que tem tradição de romantismo. Vale lembrar que o romance A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) acontece em Paquetá. Vale lembrar ainda que o romancista não faz no texto nenhuma menção direta ao lugar, mas as paisagens que ele descreve são identificadas como da ilha. E este samba de Monarco fala da infância. Fico eu aqui lembrando, com muita clareza, que, quando garoto, fui até Paquetá com as barcas que saem da Praça XV. Um bando de golfinhos acompanhou a embarcação por algum tempo. Hoje, com a situação precária da Baía, os golfinhos já não estão mais presentes com tanta facilidade. 
 


Claudia Leitte - Balancinho.

     Claudia é boa cantora? Não exatamente. Nenhum grande recurso de voz ou charme de técnica musical em especial. É bonita. Faz uma figura melhor do que as concorrentes do gênero axé pop baiano ou qualquer coisa por aí. Leva algo de J.Lo à brasileira. Não corro atrás, não procuro, mas quando a vejo, confiro.

     Só lembrando que na semana que passou o apresentador Silvio Santos, de 87 anos, no Teleton, seu programa de arrecadação de caridades, disse a Cláudia que não a abraçaria porque "ficaria excitado". Ehehehe. Cláudia demonstrou desconforto e a pérola machista chocou alguns. Mas ela é bonita mesmo, ué. O sex appeal é o melhor que ela tem para apresentar. Fato. Isto, porém, dá direito a um velhinho esperto e saudável bancar o saliente? Ah, vá, sinceramente?, é tudo promoção. Silvio sabe ser viral quando quer.

Eu, aqui: Claudinhaaaaa, uuuuuui!!
 

Propaganda. Ursinhos do Heathrow.

      O aeroporto londrino termina o ano mais uma vez com os ursinhos. Agora eles estão voltando pra casa. Para Londres. Os ursinhos deixam um local ensolarado para voltar a Londres? Não acho Londres uma cidade apaixonante. Seria melhor o contrário. Seria melhor voltarem para Havana ou Miami, mas, evidente, como diz aquela piada velha da viúva fazendo xixi no cemitério: "cada um chora por onde sente saudade". E o filme é bonitinho. É o que basta para julgar hoje.

 

Elza Soares participa da gravação do samba-enredo da Mocidade para 2019



E sem esquecer:

Nenéu Liberalquino - Insensatez (Tom Jobim / Vinícius de Moraes).

     Olha que bacana isso. O site Acervo Digital do Violão Brasileiro traz o pernambucano Nenéu Liberalquino com Insensatez (How Insensitive), de Tom e Vinícius. Nenéu é deficiente e desenvolveu autodidaticamente seu método de executar o instrumento na horizontal (slider). Ao elogiar isso, não caminho por aquela hipocrisia rasa de rede social que move a maioria pelo fato de Nenéu ser deficiente. Não. O que importa é que Nenéu É bom instrumentista e tira som caprichado do violão.



Na Baixa do Sapateiro, de Ary Barroso, a cappella com Verônica Ferriani.

     Bonito isso, hem. Clipe selfie MPB. A paulista de Ribeirão Preto, Verônica Ferriani, canta Na Baixa do Sapateiro, de Ary Barroso (1903-1964), a cappella. E gravado em Salvador. Ary a cappella fica legal porque realça o que ele tinha de mais brilhante, a melodia. Verônica adapta a letra ao seu gênero feminino. Onde o original diz morena, ela diz "moreno". Ela também substitui frajola por "folgado". Verônica deu uma atualizada no Ary. Ele tinha mesmo o hábito de surgir com expressões não muito usuais e, por isso mesmo, as letras dele são contestadas, embora não sejam exatamente ruins. Mas as melodias e o espírito que as canções trazem são imortais.

     E pra quem ainda não sabe, a Baixa do Sapateiro, hoje em dia não é exatamente um bairro, mas um canto do Centro de Salvador, e que praticamente não existe mais, foi engolido pela construção da Avenida Presidente Castelo Branco. E a letra tem um erro, já que o nome correto é Baixa "dos Sapateiros".

     Enfim, a Mônica me emocionou. 

 

      Ah, sim, e uma última lembrancinha. Ary era mineiro de Ubá, onde nasceu em 7 de novembro de 1903, e morava no Rio de Janeiro. Mas a inventividade dele ia longe.  

Bambas de Cartola interpretam Velha Guarda da Portela

     De volta ao Brasil. Apesar do estilo, isso não é do Rio, mas de Campina Grande, Paraíba.

 

Guapa Orquestra. Homenagem a Fania All Stars.

     UUUuuuii...!! Y ahora, desde Colombia, las chicas de Guapa Orquestra.






     Vale aqui uma notinha de rodapé: a Fania All Stars foi uma banda fundada nos Estados Unidos através da Fania Records, nos anos 60, pelo americano Jerry Masucci e pelo dominicano Johnny Pacheco, e que acabou se consagrando com um grande ícone da música latina. 

Cumbia. Reina Guisela Santa Cruz y Dalmiro Cuelar.

     Ueba! Eita! Cumbia boliviana. Dentro daquela proposta de integração latino-americana, vai aí Guisela Santa Cruz, cantora folclorista boliviana. Junto com ela, Dalmiro Cuellar Ayala. O ritmo é gostosinho. E tem umas morenonas aí na parada. 


 

Liga da Alegria - I Will Survive

     A Liga da Alegria se prepara para combater o crime na era Bolsonaro. 
 


Para quem quiser ver mais:


Virais quase engraçados. 05.11.2018.

Brincando (com a cara) na areia.

O beijo da felicidade.

O salvamento.

Homem-Aranha dançando Jay Ho (tema de Quem Quer Ser Um Milionário).

Luta tensa. Imagens fortes. 

É preciso saber trabalhar com a rejeição logo cedo.

Quando for comprar um cachorro, pense bem.
El perrito del capeta.
 

Melô de São Luis. Eric Donaldson.

    São Luís do Maranhão, terra natal da cantora Alcione, do poeta Ferreira Gular, do escritor Aluísio Azevedo, da , hehe, "cantora" Pabllo Vittar, do ex-presidente José Sarney e do atual governador do Maranhão, Flávio Dino. Cidade bonita e única capital brasileira fundada por franceses. Mas cumpre dizer agora que faz mais ou menos trinta anos que o ritmo jamaicano reggae tomou conta de São Luís. Domina o cenário nos bares, da classe média às faixas mais pobres. E São Luis imprimiu uma maneira própria de se manifestar com o reggae: casais dançam coladinhos. Este clipe traz o jamaicano Eric Donaldson cantando uma homenagem a São Luís, com bonitas imagens da cidade. Eu havia dito inicialmente que Donaldson é de São Luis. Nada. Barriguei. Dei uma fake news bacana. Mas já corrigi. O cara é jamaicano mesmo. De Saint Catherine.



Dia de los Muertos - 2 de novembro.

     Hoje, 2 de novembro, no Brasil é feriado de finados, dia de reverenciar a memória de quem já partiu. O México também reverencia os mortos no mesmo dia, mas de uma forma mais própria. Se no Brasil basta a saudade triste dos que se foram, no México há também música, festejos, brincadeiras infantis, guloseimas e um pouco de humor mórbido. Este curta de animação é da Ringling College of Art & Design e foi produzido em 2013. Eu não afirmo com certeza, mas deve ter inspirado o longa da Pixar, Viva a Vida É Uma Festa, Oscar de animação de 2018. O tema é o mesmo e este curta é anterior, com a diferença que a protagonista é uma menina. O fim é emocionante. Bonita animação para o dia de los muertos. 

 

Sertão Veredas, Egberto Gismonti.

     Isto foi gravado em março no Teatro Municipal José de Castro Mendes, em Campinas. Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas se apresentando no V FMCB (Festival de Música Contemporânea Brasileira) com a peça Sertão Veredas, de Egberto Gismonti. A inspiração é óbvia, vem da obra literária de João Guimarães Rosa. Não tenho opinião abalizada para o erudito mas meus ouvidos rasparam em Villa-Lobos, o que não surpreende. Devo confessar que prefiro o Gismonti convencional, sem tanta pretensão erudita, aquele Gismonti de Palhaço, por exemplo, o Gismonti meio pop das montanhas do interior do Rio, onde ele nasceu, um Gismonti com mais espírito. Não trato da crítica ao Gismonti mais afetado, que fique claro, apenas julgo de acordo com minhas impressões, que podem não ser as suas, meu raro leitor, e muito menos as dele. Tenho certeza de que ele tem argumentos técnicos consistentes para explicar suas pretensões. Enfim, achei esse treco meio chatinho, que é até onde pode ir a minha opinião autêntica, o que quer dizer, autenticamente, que eu não entendo merda nenhuma de música erudita. Mas fica aí o registro. 

 

Minha opinião poderia ser resumida assim: não entendo bosta nenhuma mas, desculpa aí, não gostei.

E aí poderia surgir algum sábio para me responder: se não entende porra nenhuma, fica quieto. 

As inscrições para participação no VI FMCB já estão abertas.

VI FMCB.
   

Tirinhas W.

      Tentei encontrar informações sobre o autor William Marcus sem conseguir. As Tirinhas W são politicamente incorretas, como são os melhores trabalhos de humor. Clique na piada abaixo e veja mais no Instagram do cara.

Concurso Batuque da Boa.

     Pra não dizerem que eu estou pagando de mané, fazendo propaganda da Antárctica de graça e emprestando a cara (o blog) na faixa, deixo claro que não tomo Antárctica. TODA cerveja brasileira é ruim, medíocre mesmo, se comparada às importadas. São cheias de misturas desonestas. Cevada vira soja, milho transgênico ou sei lá eu mais o que. Mas como é a Antárctica que está pagando esse borogodó todo aí, vamos falar. Ela está promovendo o concurso do melhor sambista do Rio de Janeiro.  A inciativa tem o seu valor, já que promove artistas. Se quiser, clique na imagem, entre e vote. Compre uma cervejinha importada antes, viu. Não sou muito indicado para dar o palpite sobre qual é a melhor. Nunca fui consumidor ávido de cervejas. Mas sei que as brasileiras são todas porcarias. Quem entende é que diz. 


     Houve um tempo, ali pelos anos 90, em que eu tomei muita cerveja na boemia. Mas não por gosto. Por sem-vergonhice mesmo. É a bebida mais barata e o efeito etílico não derruba. A relação custo-empapuçamento é vantajosa. Com algumas doses de destilado você já estoura o orçamento do mês, enrola a língua e trança as pernas. Com a cerveja, o manguaceiro fica apenas meio alegrinho, achando que toda trubufu é linda. Sai do boteco inteiro e chega em casa fazendo o quatro.
   

Choro Brasil Japão. Devaneios.

     Isso vem de São Paulo, né, a cidade mais cosmopolita do planeta terra. Se existe outra por aí na galáxia, sai perdendo. 

   Choro, gênero genuinamente brasileiro, executado pela saxofonista nissei Sonoko Hongo. Devaneios é uma composição de Sonoko. Os melhores choros são antigos. Os mais "atuais" vêm dos anos 60, com Jacob do Bandolim. Hoje em dia, quem ousa criar, geralmente envereda pela falta de originalidade. E as exibições de virtuosismo estão na moda. Mas Sonoko conseguiu criar uma melodia bonita e agradável. 

 

Louis Armstrong House Museum e a casinha de Selma Heraldo.


     A prefeitura de Nova York doará 1,9 milhões de dólares para a reforma da casa de Selma Heraldo, a vizinha de Louis Armstrong em suas casa de Queens, hoje um museu. Selma era amiga de Louis e da esposa, que moraram ali por muitos de seus últimos anos. Selma Heraldo faleceu em 2011 e a casa dela hoje faz parte das atividades do museu. Na foto, a casa de Selma é a branca. A de tijolinhos vermelhos é a Louis Armstrong House Museum. Enfim, o que me chamou a atenção é que administrações públicas também doam dinheiro nos Estados Unidos. No Brasil, muitos de nossos artistas do passado não possuem nenhum tipo de preservação de memória. A casa de Pixinguinha, por exemplo, no bairro de Ramos, no Rio, ainda existe, mas não cultua a memória dele. E são muitos exemplos. Na maioria dos casos, as residências já foram demolidas, como a de Jacob do Bandolim, em Jacarepaguá, e a de Noel Rosa, em Vila Isabel. 

  

Nádia Figueiredo. Parla Più Piano (Brucia la Terra).

     A soprano brasileira, nascida em Minas Gerais, Nádia Figueiredo, gravou na Itália este belo clipe com a composição de Nino Rota para O Poderoso Chefão (The Godfather). Parla Più Piano, ou Speak Soflty, ou, ainda, em português, a cafona Fale Baixinho. Todas as letras foram inseridas na melodia de Rota depois e o Tema de Amor de Michael e Appolonia foi sucesso em quase todo o mundo. A produção do clipe de Nádia é da Biscoito Fino. 




Animação. First Bloom

     Achei interessante. A história conta sobre a relação entre uma serva e uma princesa. A cultura de dominação termina em amizade, mas a quebra dos costumes pode levar ao fim de tudo. Vale lembrar que o filme traz duas personagens femininas para falar de uma relação exclusivamente masculina na cultura oriental. Os príncipes e imperadores eram, sempre, homens.
    

Fotojornalismo. Cenas de Mogadíscio, Somália. O mercado de peixes, escolas e rotina das ruas da orla.

     Se você perguntar por ali "cadê a higiene?", vão pensar que você está perguntando por alguma mulher. Peixes cortados no chão, sem refrigeração, e estragos ambientais visíveis. Carnificina com tubarões, pela carne e pela cartilagem da nadadeira, e também com tartarugas e atuns, ameaçados de extinção. Caras armados com fuzil pra lá e pra cá, policiais, vigias, ou sei lá eu o que, são comuns. E como todo local pobre, tem muita criança. Pelos trajes vistos nas fotos feitas em escolas, especialmente das meninas, percebe-se o domínio do islamismo. Ok, o país é um dos mais carentes do mundo e já passou por conflitos graves. As ruas são inseguras. Mas limpeza também é um aspecto cultural. Tem muito lugar pobre que tem condições aceitáveis. As fotos impactantes são do blogueiro russo Illya Varlamov.



Lenço e Não quero mais amar a ninguém | Grupo ChororoSambÔ

     Fechando a semana com o grupo Chorosambô, do bairro carioca de Campo Grande. O vídeo tem três anos mas está intacto em sua totalidade de tempo, forma e conteúdo. Lenço é uma composição de Monarco. E Não quero mais amar a ninguém é de Cartola. 




Site do Chorosambô

Tito e os Pássaros. Animação brasileira indicada ao Oscar.

     Criação de Gustavo Steinberg, Gabriel Bitar e Andre Catoto. Traço bonito, diferente, sem aquelas expressões tolas das animações Pixar e Disney. O tema, percebe-se, trata da preocupação com o  meio ambiente.



Toquinho. 50 anos de carreira.

      O paulistano Antonio Pecci, que na pré-adolescência foi aluno do violonista campineiro Paulinho Nogueira, ganhou da mãe o apelido de Toquinho. Jovem, foi para o Rio aprimorar a vida artística. Depois do sucesso de Maravilha, composto com Jorge Benjor no início dos anos 70, foi convidado pelo poeta Vinícius de Moraes para uma apresentação em Buenos Aires. Nascia a profícua parceria. 

     Toquinho vai à Itália com sucesso desde os tempos da parceria com Vinícius. Natural da colônia italiana de São Paulo, é fluente em italiano e faz versões para a língua de Dante de suas criações com o "poetinha". 

       Em 2018, Toquinho completa 50 anos de carreira. 

     TOQUINHO & GRETA PANETTIERI canto de ossanha Live at Rovigo 4 agosto 2018.



Mais Que Nada - Banda dos Curumins com Michael Pipoquinha

     Mas Que Nada, composição de Sérgio Mendes, brasileiro que vive nos Estados Unidos faz muitos anos, tornou-se sucesso no Brasil em 1963 com o ainda jovem Jorge Ben, hoje Jorge Ben Jor. Sérgio Mendes levou sua música para os Estados Unidos e explodiu com o disco Brasil 66, onde Mas Que Nada era um carro chefe. E Mas Que Nada tem uma particularidade interessante. Ao penetrar no mercado internacional, ela não precisou de versões, era cantada em português. Vale lembrar que o idioma era um detalhe que prejudicava a MPB fora do Brasil. O gênio de Tom Jobim, por exemplo, para estourar, transformou Garota de Ipanema em The Girl From Ipanema, e Corcovado acabou como Quiet Night of Quiet Stars. Mas Que nada, porém, foi cantada em sua total originalidade. Ôôôô ôôôô ariá raiô oba oba oba mas que nada, um samba como este tão legal, você não vai querer que eu chegue no final. Enfim, os gringos cantavam isso sem sequer entender o que significava. Um fenômeno bastante interessante. Este vídeo com Mas Que Nada traz a meninada do projeto social paulista Curumim. 

 

Mutts.

    As simpáticas tirinhas de Patrick McDonnell incentivam a adoção de animais. 



Lia de Itamaracá.

     Raízes de Pernambuco. A ciranda é natural da ilha de Itamaracá, localizada poucos quilômetros ao norte de Recife. Segundo o folclore, tem raiz nas mulheres de pescadores, que dançam e cantam à espera dos maridos que vêm do mar. Lia de Itamaracá, pouco conhecida no resto do país, é a rainha da ciranda. 



Virais quase engraçados. 22.10.2018.

Ei, esperem aí, fui enganado. 

Acorda, tio. 

Carrinho com motor a ronco. 

Oh, my God. Run, Borest, run 

El efecto de la máscara. 

Silvio, el pajarito tonto. 

Cata essa bagunça que tu fez, seu bagunceiro.
   

Sueño Florianópolis | Trailer Oficial

     Divulgo o trailer deste filme porque me pareceu bastante simpático como sentimento de unidade da América Latina. Como sempre que falo de cinema, não faço críticas porque não vi. Conta a história de uma família argentina que vem a passeio em Florianópolis e cruza seus destinos com uma família brasileira. Argentinos são muito comuns nas praias de Floripa. Não é muito perto para eles mas é o paraíso solar mais à mão, já que em seu próprio país as opções não são muitas. A quantidade depende da economia. E o filme deve ser bem interessante porque somos "hermanos" em muitos aspectos, históricos, geográficos e políticos. A diferença é o idioma, mas é próximo e dá para se comunicar sem grandes problemas. Pelo visto no trailer, há mais do que coincidência histórica, política e geográfica no contato entre as famílias. E, evidente, o filme fala também das diferenças. Estreia na Mostra Internacional de Cinema / São Paulo International Film Festival e Fest Do Rio Rj. Uma co-produção Brasil-Argenrtina com Andrea Beltrão, Marco Ricca, Caio Horowicz, Mercedes Morán Gustavo Garzon, Manu Martínez e Joaquin Garzon. Dirigido por Ana Katz e produzido por Groch Filmes, Prodigo Films e Campo Cine. Enfim, a conferir. 



     Eu mesmo já vivenciei interessantes relações entre argentinos e brasileiros em Floripa. Um carnaval em que eu estava andando pela rua vestindo uma camiseta do Palmeiras, time de São Paulo. Passou um carro de argentinos com camiseta do Boca:
     - Eh, brasileño boludo de mierda. 

Imperatriz Leopoldinense. Samba 2019. Me dá um dinheiro aí.

      Último dos sambas que eu vi e que acho que vale a pena mostrar. Me dá um dinheiro aí é um tema que vem de um antigo personagem do compositor e humorista Moacyr Franco, dos tempos da velha Praça da Alegria, com Manoel de Nóbrega. Moacyr, o mais baixinho deste vídeo, era o mendigo que chegava do nada para encher a paciência. O tema Me dá um dinheiro aí também acabou como uma das mais conhecidas marchinhas de carnaval, composição dos irmãos Herrero, Glauco e Ivan Ferreira, gravada para o Carnaval de 1959 por Moacyr e cantada até hoje. Agora chega de samba enredo. Mostrei os mais simpáticos entre as grandes escolas. Vi outros que não valem a pena de tão clichês. 
 


     Vale mencionar que, como quase todas as marchinhas antigas de Carnaval, Me Dá Um Dinheiro Aí hoje está na contramão do politicamente correto cretino que vivemos. Imagine algo atual com versos do tipo "me dá um dinheiro aí senão eu vou fazer uma confusão e vou beber até cair". Iria ser malhado e fritado como incentivador  da extorsão e do alcoolismo. Sequer seria lançado porque os autores já iriam adoecer com a própria autocensura. Vivemos tempos sombrios, cheios de patrulha e, que curioso, nunca a sociedade humana foi tão cruel e egoísta. Me Dá Um Dinheiro Aí é uma gracinha inofensiva. Ouça.