Morre Totò Riina, "la belva", ou "u curdu". E um rap de Aynine.

     Morre em Parma, aos 87 anos, Salvatore "Totò" Riina, um dos mais agressivos chefes da Cosa Nostra. Entre muitos atos de uma biografia sangrenta, Riina ficou mundialmente marcado por ter comandado os "stragi" (ataques) do início dos anos 90, que acabaram por vitimar dois magistrados, Giovanni Falcone e Paolo Borselino. Não agiu sozinho e caiu a casa de um time inteiro da máfia siciliana. O preço foi caro, a prisão perpétua. Levando à frente o cinismo, aspecto comum e tradicional entre mafiosos, Riina alegava inocência. Dizia "eu não fiz nada, foram eles que mataram", tentando apontar alguma culpa a políticos e ao poder. Sempre ficou a forte impressão de que não mentia sobre políticos e que, enfim, havia cumprido determinações em sociedade com algo mais sinistro. Seria preciso, no entanto, chegar a algum nome ou sistema. Mas ele nunca confessou nem entrou para programas de arrependidos, os chamados "pentiti", gente que denuncia os parceiros de crime organizado em busca de algum benefício legal e que acaba maldita e ameaçada dentro da organização.

     Neste clipe, a argelina Aynine canta um polêmico rap, ou algo parecido, falando sobre Riina. Em francês, idioma distante do dialeto de Corleone, a terra de Riina.




     Esse papo de máfia é muito maroto para um blog com linha cultural. Vivo me autocensurando. Às vezes posto e deleto. Mas gosto e sempre pesquiso. Modéstia à parte, conheço o assunto.

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