Alcione. Boleros.

     Alcione lança um lindo DVD cantando apenas boleros. Pela..., sim, Biscoito Fino. Coisa linda. 

     O bolero, gênero de sucesso no mundo todo desde a década de 1940 a partir da América Latina, apesar de não ter nenhuma gênese no Brasil (nasceu em Cuba), fez também muito sucesso por aqui nos anos 1950. Perdeu terreno e entrou em decadência com o surgimento de novos estilos, como a bossa nova, o rock e a jovem guarda. A decadência foi tamanha que o bolero serviu até como plataforma para o chamado brega. Até hoje as canções rotuladas de brega, geralmente, tem o formato de bolero, como Eu Não Sou Cachorro Não, de Waldick Soriano, e muitas outras. Mas há boleros lindos, fantásticos e clássicos. O Brasil os esqueceu, mas a América Latina não. 

   E neste fragmento do show de Alcione, ela canta Risque, uma composição de Ary Barroso de 1952. Mas Risque não é um bolero, e sim um samba-canção. E bonito, como tudo de Ary.

     


Roberto Fontanarrosa, Messi e Rosário.

     Com balacobaco cinematográfico e cheio de celebridades, a maioria cabeça oca, o casamento de Lionel Messi para hoje a cidade de Rosário, Argentina. Não posso deixar de ficar aqui imaginando o que diria o cartunista e escritor rosarino Roberto Fontanarrosa (1944-2007), o "el negro", personalidade simples de boteco, que amava o futebol.

     Fontanarrosa deixou obra significativa literária e gráfica. Clique neste cartum clássico, que serviu de capa para um de seus livros, e acesse o site do centro cultural que há em Rosário e que leva o nome dele.



Quarteto do Rio. Homenagem ao Malandro (Chico Buarque)

     O grupo Quarteto do Rio é remanescente do icônico Os Cariocas, de sucesso nos anos 50.

     E, oportunamente, fora malandro, fora Temer. Ouçam a letra do Chico em Homenagem ao Malandro, composta nos anos 70 para o musical Ópera do Malandro, e vejam como alguns versos casam com a atual conjuntura. 


Shakespeare e Trump.

     A peça Shakespeare in the Park, adaptação de Julio César, de Shakespeare, em cartaz no Public Theater, em Nova York, faz uma aproximação crítica entre o imperador romano e o atual presidente dos Estados Unidos. 

     Comparações entre Júlio César e Trump? Ok, mas, em princípio, absolutamente nada a ver. Júlio César era um líder de gênio, na história e na peça, e Trump é um idiota.

     Sem ver a peça, a única aproximação que se pode vislumbrar é que César era demagogo, como Trump é. Mas paro por aí. César acabou com a república de Roma. Trump ainda não acabou com a república americana. Difícil que consiga. 

     E como o espetáculo vem sendo boicotado por empresas afinadas com o Partido Republicano, que retiraram o patrocínio, o cineasta de esquerda Michael Moore surgiu na parada com a sua demagogia de sempre e doou dez mil dólares.

     Hehe, ninguém presta nesse mundo quando o assunto é a dialética direita/esquerda..

Shakspeare in the Park. Publictheater.org.

Site oficial de Vinícius de Moraes.

     Ele não foi um poeta extremamente sofisticado, mas foi um grande poeta antes de compositor. E, evidentemente, deixou para a MPB a obra que ficará para sempre. Clique na foto e conheça o excelente site a ele dedicado, com fotos, vídeos, informações biográficas, relações com amigos, parceiros e etc. 



O choro de Anat Cohen.

     Atenção, isto tem uma importância fantástica no sentido de demonstrar a qualidade e a força da sedução da música brasileira. A talentosíssima clarinetista israelense radicada em Nova York, Anat Cohen, transita facilmente pelo choro. Anat foi premiada pelo Journalists Jazz Awards de 2017 em dois quesitos, multi-reed of the year, o que eu acho que significa multi-instrumentista de sopro do ano (posso estar enganado, mas não encontrei tradução melhor), e clarinetist of the year, que carece de tradução. Isso a faz, de verdade, a melhor do ano em sua categoria. É bamba total. Neste vídeo, ela desempenha ao lado do Trio Brasileiro, formado por Dudu Maia e pelos irmãos Douglas e Alexandre Lora, experientes em divulgar a música brasileira no exterior.

 

Anat Cohen Website

O forregae de Rogerinho

     Mais um achado que vem do Nordeste. Sou paulista e ele não é muito conhecido em São Paulo. Trata-se de Rogerinho, o Embaixador do Forró, de Natal, Rio Grande do Norte, que neste vídeo vem com o sucesso de Bob Marley, Three Little Birds. O ritmo brasileiro forró funde-se ao jamaicano reggae.

 

Belém do Pará. O carimbó da dona Onete.

     Uma nota quente: aos 78 anos, dona Onete, a "rainha do carimbó" de Belém do Pará, é a capa deste mês da revista inglesa Songlines, uma das mais significativas especializadas em música na Europa. Bacana, hein?




Songlines.co.uk.



Lucy Alves em Exu.

     Eita, que bonito isso. A bela sanfoneira Lucy Alves, com patrocínio de O Boticário, a conhecida água de cheiro pra botar no sovaco, vai a Exu, Pernambuco, e se apresenta com a Orquestra Sanfônica de Exu em grande show em homenagem a Luiz Gonzaga. 




Daniel Arano. E aí, moçada forrozeira?

     Pois bem, passeando pelo Google, como sempre faço, e pesquisando, como sempre faço, encontrei este youtuber sanfoneiro de Salvador, Bahia, o Daniel Arano. Youtuber é sinônimo de besteira desprezível e dispensável em noventa e nove vírgula nove por cento dos casos. Mas Arano faz música temperada com certo humor, o que o diferencia e o torna verdadeiramente interessante. Neste vídeo, ele executa a melodia Passeando pelo Sertão, e de um jeito que eu achei particularmente notável, ele canta junto com a sanfona, em estilo que lembra o mestre Sivuca. Grande Daniel. Ele traz com ele toda a tradição da sanfona nordestina, como Luiz Gonzaga e Dominguinhos. Espero que a simpatia e o talento dele o levem ao reconhecimento cada vez maior do público. Isso é Brasil lá do fundo da alma.

 

Canal Youtube do Daniel Arano.

Cannes Lions 2017.

     Um dos maiores prêmios de criatividade publicitária, o Cannes Lions vai anunciando os seus vencedores. Volkswagen Tiguan e os cavalos que dão risada do mané estacionando.

     Aaahahaa, iihiihihiiiiiii...



Clique aqui e veja mais vencedores anunciados.

Cinema Publicitário. ICC Champions Trophy. Champions Forever.

     Filme feito para o ICC Champions Trophy, o grande torneio mundial de cricket. Menino com pólio, através de truque de animação com fotos, realiza o sonho de jogar. Entendi como mensagem do filme que a criatividade e a imaginação superam nossas limitações. Bonito pensamento otimista. 



     Só lembrando: a última final do ICC ocorreu domingo, 18 de junho, no estádio mais representativo do esporte, o The Oval, em Kenningotn, Londres, entre a Índia e o Paquistão, com vitória do Paquistão.

     Cricket e baseball são dois esportes mais ou menos parecidos que não possuem absolutamente NENHUMA penetração no Brasil. São chatos. O brasileiro médio, quando vê alguns minutos, não gosta da dinâmica. O sujeito rebate a bolinha e sai correndo sozinho como se tivesse visto fantasma. O brasileiro desconhece TOTALMENTE estes dois esportes. Não manja nada. Zero. 

L'IMPÉRATRICE. Les Sultans des Iles.

     A banda francesa L'Imperatrice e o clipe erótico de terror Les Sultans des Iles. 

     Uuuuuuuuuuuuuii...!!
  




Mi Querido Viejo.

     Ui, que bonitinho. A mexicana Giovana Nicole canta Mi Querido Viejo, de Roberto Carlos. Ontem, 18 de junho, foi comemorado o Dia dos Pais em muitos países do mundo, na Europa, Estados Unidos e México. No Brasil o fazemos apenas no segundo domingo de agosto. 





Cinema Publicitário. Núcleo memória. Streets of Shame (As Ruas da Vergonha)

     O Núcleo Memória é uma instituição criada em 2009 por ex-presos políticos. Neste filme, chama a atenção para os nomes de ruas que homenageiam figuras que entraram para a história como torturadores da ditadura militar. Ainda há muitos endereços infames no Brasil. 




Site Núcleo Memória.

Marina de la Riva. Pensamiento.

     O Brasil é um país da América Latina. É o maior país da América Latina. Mas fica sempre meio de lado quando o assunto é integração cultural. O sul da Argentina pode comunicar-se com o norte do México, mesmo com as diferenças culturais e geográficas. Mas nós, brasileiros, estamos alheios e a razão disso é evidente, o idioma. Falamos português, que é parecido com o espanhol, mas não é igual. Dá para entender e se comunicar, mas não é a mesma coisa. Eu procuro fazer certa ponte entre o Brasil e os países da América Latina, com a devida preferência de enfoque, evidentemente, pelo meu próprio país. América Latina e Brasil são mundos diferentes mas cabem em uma mesma página sem grande choque, penso eu. Mas, e enfim, o brasileiro está acostumado a ver artistas estrangeiros que apreciam e adentram em sua realidade, mas não está acostumado a ver artistas brasileiros que abraçam aspectos estrangeiros. A cantora carioca Marina de la Riva tem este desenho. Ela parte da MPB para penetrar na música latina, especialmente a cubana. É uma cantora encantadoramente diferente. Neste clipe ela canta com o cubano Papi Olviedo a canção Pensamiento, do cubano Ángel Rafael Gómez Mayea (1889-1971), o "Teofilito".




     O Brasil é um gigante isolado. Sequer com Portugal tem muita afinidade. O idioma é o mesmo mas o modo popular de falar e escrever é bem distinto. Poderia estar ligado a Cabo Verde, Angola e Moçambique, que também fazem a fusão entre a cultura portuguesa e a africana, mas também não está porque é imensamente maior e mais complexo. No Brasil existem italianos, alemães, japoneses, judeus, brancos, negros, índios, etc., em mais de oito milhões de quilômetros quadrados de diversidade.

Disney short movies.

    O canal Disney Short Movies, no Youtube, traz animações que lembram, um pouco, pela movimentação (acho eu) os tempos dos primeiros desenhos de Mickey, como o clássico Steamboat Willie, de 1928. Neste mais recente episódio, João Bafo de Onça rouba o lago da floresta e dá trabalho pra rapaziada. 




Mickey short movies list. Youtube.

Badbadnotgood.

     Eu gosto do som da banda canadense Badbadnotgood. A proposta é moderna e agradável e mistura jazz, hip hop, punk e música eletrônica. O grupo é formado por Matthew Tavares (teclas), Chester Hansen (baixo), Alex Sowinski (bateria) e Leland Whitty (multi-instrumentista). Estiveram com destaque em São Paulo e Rio em maio.



Cinema publicitário. British Airways.

     De hoje em diante vou utilizar a expressão cinema publicitário e não propaganda ou comercial. A minha atenção na área é voltada para o aspecto cinematográfico e não ao apelo comercial.

Dito isto, olhem isto. Neste filme da British Airways, tecnicamente impecável, há uma questão sócio-histórico-cultural que eu notei. O jovem indiano vai a Londres e enaltece as qualidades cosmopolitas da cidade. É curioso apontar que a história não avaliza este relacionamento assim tão amistoso entre jovens das colônias e a "corte". Se antes era ruim, hoje está pior. A região indiana e paquistanesa de Londres, o East London, representa perigo de infiltração de células terroristas. E Mahatma Gandhi, jovem, estudou direito na Inglaterra para depois ir provocar na África do Sul e liderar movimento contra o sistema colonial em seu país. Embora o rapaz do filme, convenhamos, esteja mais para o, digamos, coxinha Jawaharlal Nehru, o relacionamento histórico colonial não vai no sentido de que o colonizado joga confete no colonizador. A paz do filme é uma fantasia, ou, no mínimo, uma realidade que não atinge a todos.



Brazil. Valentine's Day. Cazuza e Ney Matogrosso. Dia dos Namorados.

     Esta canção de Cazuza faria parte do álbum Só Se For a Dois (1987), mas não foi incluída, é inédita. A Universal Music e o produtor Nilo Romero soltam agora o material com um convidado incluído eletronicamente, o cantor Ney Matogrosso. Este clipe, abraçando a proposta da canção, mostra várias espécies de namorados, jovens, velhos, heteros, gays, inter-raciais, intermunicipais e internacionais. Ney Matogrosso revelou em entrevista, após a morte de Cazuza, em 1990, que os dois tiveram um relacionamento. Bem, hoje é Dia dos Namorados no Brasil. Curta com o seu parceiro, seja ele quem for.

     "Hoje é o dia dos namorados, dos perdidos e dos achados." (Cazuza). Ui, gente. 



     Nada contra ninguém, atualmente isto é só um detalhe, mas o Wilbur é hétero até debaixo de magma vulcânica. Se outro macho guaxinim pinta na parada ele vira monstro.

     Wilbur e Grace. Foto para a posteridade tirada na estância turística de Poços de Caldas (MG), durante a lua de mel. Já estão divorciados, mas foi uma bela história de amor.


Dia dos namorados. Fascinação.

     O Dia dos Namorados (Valentine's Day), no Brasil, cai em 12 de junho. Em vista disso, posto isso. A canção Fascinação, apesar de bastante conhecida por aqui, não é brasileira, tem origem européia, composta pelo italiano Fermo Dante Marchetti (melodia) e pelo francês Maurice de Féraudy (letra), ainda na década de 1930. A versão para o inglês, Fascination, é do russo radicado nos Estados Unidos, Dick Maning (Samuil Medov). Depois de fazer parte de algumas trilhas de cinema da década de 40, Fascination transformou-se em sucesso mundial com Nat King Cole. Mas a letra em português, também dada à luz na década de 40 por Armando Louzada, faz com que ela se integre totalmente à alma brasileira. Foi lançada no Brasil pelo cantor Carlos Galhardo, e depois, nos anos 70, resgatada por Elis Regina, mas muita gente gravou, no Brasil e no mundo. Olha que bonito isso. É antigo, de 2010, mas com áudio e imagem satisfatórios. Vai aí Fascinação com Ney Matogrosso, que sempre imprime brilhantismo único em tudo o que faz. Para quem tem espírito romântico, isso é de arrebentar.

     "Teu sorriso prende, inebria, entontece, és fascinação, amor". Ui, gente.



     E será lançada, também em comemoração ao Dia dos Namorados, uma canção inédita de Cazuza, cantada por Ney. Estou de olho e postarei se encontrar algum clipe. Os dois tiveram um caso. O próprio Ney, sempre reservado, avaliou que a revelação seria interessante e abriu o jogo em uma entrevista após a morte de Cazuza. 

Hamilton de Holanda na Biscoito Fino.

     A Biscoito Fino sempre mandando brasa no que há de melhor na MPB. Não dá para deixar de mencionar e divulgar. A Biscoito Fino está fazendo história e torço para que dure muito tempo. Eu temo porque coisas boas sempre possuem uma duração limitada. Mas vamos torcer. 

     Enfim, Hamilton de Holanda está consolidado como o melhor bandolinista moderno. Jacó do Bandolim, o maior gênio do instrumento, dizia que depois que ele morresse o choro e o bandolim desapareceriam. Estava redondamente enganado. O choro não só sobreviveu como o bandolim, hoje, possui muitos adeptos e instrumentistas. Hamilton é o mais destacado. Leva o bandolim do choro para todo o mundo e passeia com facilidade até o jazz. E inaugurou uma moda que sequer Jacob absorveu, a do bandolim de 10 cordas. 




     Jacob tinha apenas um bandolim de 10 cordas, de formato diferente dos outros que possuía. Não o utilizou em nenhuma gravação. Ou por não apreciar, ou pelo fato do instrumento não ter qualidade, já que ele utilizava dois bandolins absolutamente divinos e cujo som é inigualável até hoje, ou ainda por entender que não precisava de dois pares de cordas a mais para fazer o que queria. A questão não dá para ser fechada porque Jacob faleceu em 1969 e nunca se manifestou a respeito. Apenas guardava o bandolim de 10 cordas, que hoje se encontra em poder de Hamilton. Evidentemente que não se trata deste instrumento do vídeo, que é novo. O bandolim de 10 cordas de Jacob é antigo e está guardado como uma relíquia. 

Cinema publicitário. Turismo. Panamá.

     Vincent Urban, conceituado diretor publicitário e produtor de vídeos com imagens de países, fez este filme para as autoridades de turismo do Panamá.

 

Ernesto "Tito" Puentes.

     Morre em Montpelier, na França, aos 88 anos, o band leader e trompetista cubano Ernesto "Tito" Puentes. Tito não era cubano desterrado político em essência. Vivia na França desde 1953, antes, portanto, da revolução de Castro. E não gostava do termo salsa, que dizia ter sido originado nos Estados Unidos. Preferia afrocuban. Esta apresentação é de 2012.

 

     Evidentemente que quem conhece música latina não confunde Ernesto Puentes com o genial Tito Puente, o timbalero americano morto em 2000.

Dario Skèpisi, il sambista di Bari.

     Ecco, cantante della Campania da origine ad un genere assolutamente nuovo ed unico, il “barisiliano”.

     A letra vem com o sotaque e o dialeto de Bari (sudeste italiano). Em vez de cantar samba simplesmente, Dario cria um estilo ao verter o samba para a realidade de sua região italiana. E o resultado é bastante satisfatório e simpático.

 


     Só lembrando: o maestro Nino Rota (1911-1969), que compôs muitas das melhores trilhas do cinema, nasceu em Milão, mas chamou a atenção de Federico Fellini como maestro da Orquestra di Bari.

Rua Joaquim Silva, 97, Lapa, Rio de Janeiro.

     Curiosidade. Registro MPB. Passeando pelo Google, chego à rua Joaquim Silva, 97, Lapa, Rio de Janeiro. Foi neste sobradinho com duas portas azuis que a prostituta polaca de origem judia, Rachel Pick, manteve seu cabaré, nos anos 20 e 30, e criou seu único filho, Jacob do Bandolim (Jacob Pick Bittencourt, 1918-1969). É meu projeto pessoal passar em frente e depois tomar uma birita em comemoração, apesar de Jacob ter sido um abstêmio convicto.

     Sem jamais relegar sua origem, Jacob, quando dizia seu sobrenome, fazia relevância: é PICK, com CK.

     Se quiser, e estiver navegando com um bom monitor (celular eu não recomendo), clique na foto e passeie pela Lapa carioca. Siga na direção daquele furgão branco e sairá nos famosos arcos. 






     Acréscimo: Jacob morou neste sobradinho quando criança e jovem. Para casar-se com uma moça católica, teve de renegar a religião judaica, o que o distanciou da mãe. Foi morar no bairro do Engenho Novo. E tempos depois o músico mudou com a mulher e os filhos para Jacarepaguá, onde promovia seus requisitados saraus e onde morou até falecer, de infarto, em 1969.

Khrystal. Não deixe pra amanhã.

     A cantora Khrystal vem de Natal, no Rio Grande do Norte.




René Marie, melhor cantora do ano do JJA.

     O resultado foi anunciado dia 15. Sempre lembrando que o Journalists Jazz Awards vem se consolidando como um dos mais conceituados prêmios de jazz dos Estados Unidos. Só tem fera premiada pelo melhor quadro da crítica. A nata. Realmente o melhor do melhor, tanto os premiados, tanto os julgadores.



Lista de vencedores do JJA 2017.

Instituto Cravo Albin em dificuldades.

    Importante centro de pesquisa da música brasileira, o Instituto Cravo Albin, na Urca, pode ter que fechar as portas. O motivo é a crise. “Não tenho mais como bancar tudo sozinho”, desabafa o pesquisador Ricardo Cravo Albin, presidente da instituição, que procura parceiros. Os custos para manter o acervo de mais de 200 mil itens — discos, objetos, livros e partituras — é de R$ 30 mil por mês. Entre as preciosidades, há uma coleção de chapéus que pertenceram a Tom Jobim, Pixinguinha e Moreira da Silva, e mais de mil LPs doados pela escritora Nélida Piñon. “Vivemos tempos de angústia, não sei o que vai ser do instituto”. (copiado e colado do blog do Ancelmo Gois, jornal O Globo)

     O Instituto Cravo Albin merece apoio.


Compositores de Bezerra da Silva. Vídeo de Daniel de Plá.

     Este vídeo tem três faces de abordagem. A primeira é Bezerra da Silva (1927-2006), o sambista carioca que cantava a voz do povo dos morros. No começo da carreira, Bezerra cantava o gênero nordestino chamado de coco. Depois de mais velho, enturmou-se com a rapaziada do Cantagalo e começou a cantar pagodes. E foi com este estilo que ele se celebrizou, criando sambas onde falava da malandragem, a arte sutil da sobrevivência do morador dos morros, que precisa se defender com a violência medida por certos princípios éticos. A segunda é sobre os compositores com os quais ele se articulava e mantinha seu carisma. Aí estão três deles, Pinga, Nilo Dias e Jorge Machado. No vídeo, eles cantam um samba ao amigo. A terceira é sobre o produtor do vídeo, o economista e fotógrafo Daniel de Plá. Daniel faleceu aos 59 anos, em março deste ano. Entre tantas realizações durante a vida, deixou no Youtube o canal com os vídeos que fazia ao subir os morros do Cantagalo e Rocinha, no Rio de Janeiro, tomando depoimentos de moradores que têm história musical pra contar. 




     Vendo os vídeos de Daniel, caiu aqui em mim uma ficha, uma constatação, a de que o pagode estilo Bezerra da Silva, que canta a vida do malandro e leva algum humor, tende a desaparecer. Vive suas últimas gerações. E junto com ele desaparecerá também, infelizmente, a figura simpática e mítica do malandro. Os jovens de hoje, em contato com violência muito mais cruel, a do tráfico, preferem outros gêneros para se manifestar musicalmente, como o americanizado funk, que é um troço chato pra cacete.

Youtube. Canal Daniel de Plá.

E um Bezerra original:



O Wilbur.

O guaxinim, ou raccoon para os Estados Unidos, bichinho simpático que participa de algumas das minhas postagens como um olhar crítico gracioso, uma espécie de "bonequinho do Jornal do Brasil" aqui do Estilingada, é, evidentemente, um personagem meu, que desenvolvo utilizando fotos esparsas. Dei a ele o nome de Wilbur.


Cecile McLorin Salvant. Exactly Like You. Latin Jazz.

     Exactly Like You, uma canção dos anos 30 interpretada com sabor latino. Cecile, a grande revelação e diva do jazz da atualidade, de talento reconhecido e reverenciado pela melhor crítica especializada, não tem nada de latina e interpreta majoritariamente jazz tradicional, mas nasceu em Miami e tem trânsito fácil no som caribenho. Este vídeo é de uma apresentação gravada no Arts Garage, Del Ray Beach, Flórida, em fins do ano passado. Da hora.




Entrevistas do Spaca na revista Bravo.

     Toda semana o Cartunista Rafael Spaca publica na revista Bravo uma entrevista com algum colega de prancheta. 

      A mais atual é com Custódio.


    Sou aficionado por quadrinhos desde a infância. Quando encontro alguma informação que julgo interessante, eu posto. É uma paixão e acho que embeleza o template do blog. Mas eu tenho uma particularidade: não curto quadrinhos de super-heróis. Sempre descartei histórias de homens com cueca por cima da calça, que usam capa e "avoam". Raramente você encontrará alguma coisa sobre este estilo por aqui. Nunca curti, mesmo quando garoto. Há muitos artistas do gênero que eu admiro o traço e a qualidade da arte, casos de Will Eisner e Frank Miller, ou a energia nonagenária de Stan Lee. Mas o conteúdo eu realmente não consigo consumir. Minha predileção vai ao encontro dos cartunistas produtores de charges e tiras que levam o humor a sério. O erotismo de caras como Milo Manara eu também acompanho, mas a pegada mais pesada vai mesmo para o humor.

Carla Casarim. Samba da Benção.

     Carla Casarim é um presente dos deuses para a MPB moderna. Ela resgata as canções do passado com seu jeitinho atual, sua postura mais de Claudya do que de Elis, misturando as duas. Graça, beleza, talento, voz, bossa, tudo. Carla Casarim é completa. Sou fã. Neste clipe, Samba da Benção, de Vinícius de Moraes. Só ela e o piano. Não precisa mais nada.